20 de novembro é o dia de afirmarmos nossa história, nossa cultura e nossas raízes. Os negros e negras constituem um traço fundamental da construção da identidade do povo brasileiro. A ADUFPB, em especial o seu Grupo de Trabalho de Política de Classe para questões de Gênero, Étnico-Raciais e de Diversidade Sexual (GTPCEGDS), tem afirmado e contribuído nas discussões étnico-raciais, principalmente no campo da política. Ser brasileiro e brasileira é ser negro e negra também. A Diretoria Executiva da ADUFPB se insere em mais este dia de LUTA e afirmação de nossa brasilidade.
Inspiremo-nos no legado de Caroline Maria de Jesus como uma das maiores referências da LUTA por uma Consciência Negra, agente de transformação social. Em seu livro “Quarto de Despejo”, de 1960, a autora registra o olhar formado diretamente na experiência de uma mulher negra, pobre, favelada (tal qual ela mesma diz de si) e sofredora contumaz dos preconceitos étnico-raciais e de classe que marcam a sociedade brasileira. É um diário íntimo, perturbador e poderoso. Um documento necessário para compreendermos esta luta e nos convencermos que, em nenhum momento, estamos fora dela.
Ao disparar “Eu cato papel, mas não gosto. Então eu penso: faz de conta de estou sonhando”, Caroline resume no encadeamento de quatro proposições: 1) O mundo do trabalho, como afirmação da desigualdade social; 2) a franqueza em admitir que não é possível apreço mediante a precarização do trabalho humano; 3) que o pensar é condição humana, confirmação de sua dignidade; 4) que sonhar é construir no pensamento um outro mundo possível, em que haveria apenas um tipo de humanidade ou várias humanidades que são apenas uma.
No Dia Nacional da Consciência Negra, mais uma oportunidade de sermos nós mesmos, brasileiros.
Diretoria Executiva da ADUFPB