No próximo sábado (8), Dia Internacional de Luta das mulheres, os movimentos classistas estarão presentes nas ruas para trazer à tona questões sociais gerais, bem como as mais específicas, que atingem violentamente as trabalhadoras. O Movimento Mulheres em Luta (MML) trará como principal bandeira o direito de viver uma vida sem violência.
Embora seja governado por uma mulher, o Brasil não oferece situação segura para as trabalhadoras, e os números de violência são assustadores. A cada dois minutos uma mulher é espancada. Em média, 15 mulheres morrem por dia e, em 2012, mais de 50 mil estupros foram registrados.
No dia 8 de março, a companheira Sandra Fernandes – morta a facadas, junto com o filho Icauã, pelo então companheiro dela – será homenageada, e seguirá como exemplo vivo de que a luta contra a violência às mulheres é fundamental para uma sociedade justa e livre. O crime, segundo o assassino, foi motivado por ciúmes, mas é decorrente que o ponto mais fatal para as mulheres é o machismo, que prevalece nas relações e na sociedade. Confira aqui a nota emitida pela diretoria do ANDES-SN após o 33º Congresso do Sindicato Nacional, externando o profundo pesar com o fato ocorrido e solidariedade aos familiares das vítimas, companheiros e companheiras de militância.
“Ano de Copa, Ano de Luta”
Avaliando a realidade da mulher, a política e a economia atual, a falta de investimento do governo para as áreas sociais e que beneficiem os setores oprimidos da sociedade, o MML, contra os desmandos do governo, levanta também outras importantes bandeiras, tendo como lema “Ano de Copa, Ano de Luta”, ressaltando os problemas do turismo sexual, da repressão e criminalização dos movimentos sociais e da precariedade dos serviços públicos que seguem abandonados, uma vez que, em contrapartida, o governo não deixa de investir dinheiro público para beneficiar os empresários e garantir os megaeventos por vir.
“Queremos que o 8 de março de 2014 seja marcado por homenagens à nossa companheira Sandra Fernandes. Queremos homenagear e queremos mostrar nossa raiva, nossa indignação com este crime, que poderia ser evitado, assim como muitos outros se a Lei Maria da Penha viesse sendo implementada efetivamente no Brasil. Vamos encher as ruas de cartazes dizendo que a companheira Sandra e seu filho Cauã estão presentes, agora, para sempre no coração de todos nós”, afirma o MML.
Confira o programa do MML para o dia 8 de março:
• Chega de dinheiro para a Copa!
• Queremos dinheiro para o combate à violência, saúde, educação, moradia e transporte!
• Chega de Estupros e Mortes! Basta de violência contra as mulheres!
• Pela ampliação e implementação da Lei Maria da Penha!
• Não ao Bolsa Estupro! Estuprador não é pai! Pelo arquivamento do PL 478/07!
• Educação sexual para não engravidar, anticoncepcionais gratuitos para não abortar e aborto legal, seguro e gratuito para não morrer!
• Não ao turismo sexual! Contra o PL 4211/2012, que regulamenta a prostituição como profissão!
• Chega de violência e assédio contra as mulheres nos transportes públicos!
• Não ao aumento da tarifa! Passe Livre Já! 2% do PIB para o transporte já!
• Mais recursos para atendimento especializado à saúde da mulher!
• 10% do PIB para a Saúde Pública!
• Creches públicas, gratuitas, estatais e de qualidade!
• 10% do PIB para a Educação Pública Já!
• Todo apoio às ocupações sem teto pelo país!
• Mais investimento público para moradias populares!
• Salário Igual para Trabalho Igual!
• Pelo fim das terceirizações! Não ao PL 4330!
• Não ao pagamento das dívidas interna e externa!
• Basta de repressão! Contra a Lei antiterror!
• Por uma sociedade sem machismo e sem exploração! Por uma sociedade socialista!
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* Com edição do ANDES-SN
Fonte: CSP-Conlutas