Em primeiro dia de reunião ampliada dos SPF, mesa de análise de conjuntura apontou a necessidade da continuidade da luta contra a retirada de direitos
A mesa que tratou da análise de conjuntura foi dividida em dois momentos, o primeiro contou com a presença de duas centrais que compõem o Fonasefe: CSP-Conlutas e CUT, e a segunda mesa composta por ANDES-SN, Fasubra, Fenajufe e Condsef. Os dirigentes das centrais apontaram a necessidade de intensificar a mobilização e a luta neste momento em que os ataques aos trabalhadores e à precarização do serviço público aumentam a cada dia. Mais cedo, André Santos, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), fez uma análise da situação política e econômica do país.
Durante a análise dos dirigentes das centrais, foram destacados os efeitos nefastos das contrarreformas da Previdência – contida na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016 -, da já aprovada Trabalhista, além da Lei das Terceirizações e a Emenda Constitucional 95, antiga PEC 55/2016, do Teto dos Gastos Públicos.
Segundo Paulo Barela, representante da CSP-Conlutas, diante do cenário posto, a única alternativa para a saída do presidente Michel Temer e para barrar as contrarreformas, é sair às ruas. “Só tem uma forma de colocar o Temer para fora e derrotar essas reformas, é o povo indo para as ruas, realizando greves gerais, como a do dia 28 de abril e mobilizações como as que ocorreram nos dias 8, 15 e 31 de março. Nós da CSP-Conlutas deliberamos continuar construindo o processo de unidade da classe trabalhadora e pela necessidade de uma Greve Geral de 48 horas, organizando os trabalhadores, que estão com disposição para a luta”, disse Paulo Barela, que ressaltou a importância da unidade, também, no conjunto das centrais sindicais.
“No último dia 30 de junho tínhamos a oportunidade de derrotar a contrarreforma Trabalhista e houve um recuo por parte de algumas centrais sindicais, por acharam que era melhor negociar com o governo a questão do imposto sindical”, relembrou Barela.
Eblin Farage, presidente do ANDES-SN, que compôs a mesa de análise de conjuntura, afirmou que as contrarreformas fazem parte de um projeto internacional do Capital, que não se iniciou no governo Temer, mas sim no governo de Fernando Henrique Cardoso e, que em diferentes intensidades, se manteve em todos os governos posteriores. “O Temer é a expressão agudizada de um projeto neoliberal clássico, que tem como uma das suas alternativas, por fim ao funcionalismo público para a recuperação das taxas de lucros e para mercantilização de todas as políticas públicas. E, para além do funcionalismo público, ataca também diretamente a Previdência Social, a Educação e a Saúde”, pontuou.
Para a presidente do Sindicato Nacional, apesar das diferenças existentes entre as categorias do serviço público, é de extrema importância a unidade dos servidores. “O desafio é, mesmo com as diferenças, construir uma unidade em defesa dos serviços públicos. É mostrar que, diferente do que pensa o governo, não estamos defendendo os ‘nossos privilégios’, mas sim defendendo os interesses da população. Essa tem que ser a nossa principal bandeira: defender os serviços públicos e os direitos dos trabalhadores”, disse Eblin.
Reunião Ampliada
A reunião ampliada dos SPF continua neste final de semana (5 e 6), com mesas de debate, avaliação das recentes medidas de ataques aos direitos sociais e trabalhistas e, ainda, grupos de trabalho para discussão de ações conjuntas dos servidores.
A reunião está sendo realizada no Hotel San Marco, no Setor Hoteleiro Sul, na capital federal.
Confira a programação da Reunião Ampliada:
Sábado (5)
9h – 13h – Painel 1
– Emenda Constitucional 95/2016 e seus impactos no Serviço Público. Exposição: Dieese
– O Estado mínimo e desmonte do Serviço Público. Exposição: ASSIBGE
– Defesa dos direitos dos servidores e dos serviços públicos. Exposição: Sinasefe
– Campanha Salarial. Exposição: Condsef
13h – 14h – Almoço
14h – 16h – Painel 2
– As Reformas e seus impactos no Serviço Público: Reforma Trabalhista e Terceirização. Exposição: Ilaese
– Reforma da Previdência. Exposição: Fenasps
– PLS 116/17. Exposição: Fenajufe
16h – Coffee Break
17h – 20h
Grupos de Trabalho – Debates e estratégias de enfrentamento
Domingo (6)
9h – 13h
Apresentação dos trabalhos em grupo e encaminhamentos
Fonte: ANDES-SN