A Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco vem a público repudiar a intervenção política na escolha do reitor da Universidade Federal da Paraíba. Entendemos que essa medida antidemocrática fere a autonomia didática, científica, financeira e de gestão das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) e externamos nosso apoio e solidariedade à comunidade acadêmica paraibana.
“Nós do movimento docente sempre defendemos uma universidade pública gratuita e de qualidade, e ela só pode existir com sua autonomia. Portanto, entendemos que um reitor para dirigir a universidade deve ser aquele que recebeu a maioria dos votos dos que compõe a comunidade universitária. Só assim ele terá legitimidade para conduzir o destino da universidade”, assegurou o diretor Audisio Costa.
Na UFPB, o colegiado responsável pela indicação da lista tríplice é composto pelos Conselhos: Universitário, Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão e Conselho Curador, nos quais, as professoras Terezinha Domiciano e Mônica Nóbrega receberam 47 votos dos conselheiros; os docentes Isac Medeiros e Regina Celi contabilizaram 45 votos; e os professores Valdiney Gouveia e Liana Albuquerque não obtiveram nenhum voto. Posteriormente, em consulta pública junto à comunidade acadêmica, Terezinha Domiciano e Mônica Nóbrega, candidatas da Chapa 2, venceram com 964,518 pontos. A Chapa 1, de Isac Medeiros e Regina Celi, ficou em segundo lugar com 920,013 pontos. E a Chapa 3, encabeçada por Valdiney Gouveia e Liana Albuquerque, teve 106,496 pontos.
As candidatas mais votadas na consulta pública junto aos discentes, docentes e servidores, professoras Terezinha Domiciano e Mônica Nóbrega, entraram com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal para anular a nomeação de Jair Bolsonaro. A ação foi protocolada no mesmo dia da cerimônia de posse de Gouveia, no último dia 11, após mobilização e protestos de uma parcela da comunidade acadêmica contra o reitor recém-nomeado.
A Adufepe considera abusiva a indicação dos componentes da chapa menos votada desrespeitando os anseios da comunidade da UFPB. “Neste momento, estamos solidários a todos que fazem a Universidade Federal da Paraíba por entender que é necessária a defesa de sua autonomia universitária”, concluiu Audisio Costa.