No dia 15 de março, docentes de todo o país participarão de um grande Dia Nacional de Greves, Paralisações e Mobilizações na perspectiva da construção da greve geral contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, que institui a Reforma da Previdência. Até lá, as instituições federais de ensino têm cumprido uma agenda de mobilizações a exemplo do Fórum em Defesa da Previdência realizado pela ADUFPB na última quarta-feira, 15, na sede do sindicato, em João Pessoa.
O encontro serviu como o pontapé inicial para uma série de ações locais em favor dos direitos conquistados e contra a regressiva Reforma da Previdência, projeto que está em discussão na Câmara Federal e que faz parte dos inúmeros ataques aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras do país pelo governo golpista de Michel Temer. A primeira ação acontecerá no dia 08 de março, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher.
“Neste início da agenda de mobilização nossa atenção está voltada para as mulheres. A diretoria do sindicato apontou que é importante para nós jogarmos toda a nossa energia para fazer o dia 08 de Março um marco nessa luta”, lembrando que as mulheres trabalhadoras serão as mais atingidas pela propostas regressivas contidas na PEC 287/2016”, o ressalta o presidente da ADUFPB, Marcelo Sitcovsky.
O dia 08 de março também será uma data para reforçar a construção do Dia Nacional de Mobilizações, em 15 de março. “Na Capital, em Campina Grande ou no sertão da Paraíba, onde quer que seja possível fazer mobilizações e ações, é preciso estar nas ruas. Vamos pensar também na utilização de mídias de uma forma geral para nos fortalecer nessa disputa de ideias, com ações concretas para combater esse modelo de reforma da Previdência”, ressaltou.
Desde o ano passado que os movimentos da sociedade civil vêm construindo espaços de luta e resistência aos ataques expressos nas propostas de limitação dos investimentos públicos, reforma do ensino médio e, principalmente, contrarreforma da Previdência Social e ataques aos direitos sociais adquiridos pelos trabalhadores.
“Algumas questões estão passando despercebidas, gerando dúvidas e confusões nessa discussão da Reforma da Previdência. Uma questão que está lá colocada de forma clara é, por exemplo, a desvinculação entre o salário mínimo e as aposentadorias. Para o serviço público, isso pode sim impactar causando a quebra da qualidade. Na verdade, a quebra da qualidade já está contida quando ela trata da média das contribuições”, observa Sitcovsky.
15 de março – Dia Nacional de Paralisações e Luta
A data de mobilização (15/03) foi indicada no 36º Congresso do Sindicato Nacional, realizado em Cuiabá (MT) no mês de janeiro, e, posteriormente, incorporada nos calendários de luta do Setor das Instituições Federais de Ensino (Setor das Ifes) do ANDES-SN, e aprovada na reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas realizada em início de fevereiro em São Paulo (SP).
Durante a plenária de Planos de Lutas dos Setores, os delegados do 36º Congresso do ANDES-SN definiram que 15 de março seria um dia central na luta contra os ataques do governo à Previdência. O Setor das Ifes, reunido em Brasília (DF) nos dias 10 e 11 de fevereiro, reafirmou a data como Dia Nacional de Paralisações e Luta. O Setor deliberou pela realização de uma rodada de assembleias gerais nas seções sindicais, entre 15 de fevereiro e 10 de março, para discutir e deliberar as ações locais a serem realizadas no dia 15 de março, pautando a paralisação docente. O Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), reunido na capital federal em 9 de fevereiro, também indicou adesão à data.
Eblin Farage, presidente do ANDES-SN, ressalta que o Sindicato Nacional tem dado prioridade à luta contra a PEC 287/16, e que o 15 de março é uma importante data da mobilização para barrar os ataques à Previdência pública. “Dia 15 é uma data importante de mobilização da categoria contra o conjunto de retirada de direitos, em especial a contrarreforma da Previdência. Para nós, é muito positivo que, aquilo que já definimos no ANDES-SN, foi assumido pela CSP-Conlutas como dia de lutas, e também tenha sido assumido pelas outras centrais sindicais. Nosso esforço é parar as atividades e ir para a rua de forma mais ampla possível, com entidades sindicais, movimentos sociais e movimento estudantil. Temos o desafio de articular grandes atos nos estados. A gente tem que dar uma resposta à altura do que essa contrarreforma vai significar para os trabalhadores”, afirma a docente.
Fonte: ADUFPB, com informações do ANDES-SN