O Brasil deve parar mais uma vez na próxima sexta-feira (30/6) em protesto contra as reformas do governo Temer, que ameaçam direitos trabalhistas e previdenciários. Esta será a segunda Greve Geral organizada este ano pelas centrais sindicais. A ADUFPB integra o movimento de mobilização na Paraíba e levanta também as bandeiras em defesa da educação pública e contra a política de corte de verbas que tem prejudicado o funcionamento da UFPB.
Vários sindicatos, entidades estudantis e movimentos sociais aderiram à Greve Geral e vão parar as atividades na próxima sexta-feira. Além disso, no início da manhã, será realizada uma grande ação de mobilização no Centro de João Pessoa. A partir das 11h, haverá um ato público contra as reformas e pela saída do presidente Temer, em frente ao Lagoa Shopping , no Parque Solon de Lucena.
De acordo com o presidente da ADUFPB, Marcelo Sitcovsky, embora os campi I e VI estejam em meio ao recesso acadêmico, o sindicato e seus professores não darão trégua na luta em defesa dos direitos da categoria. “Neste momento, mais do que nunca precisamos que os trabalhadores se mantenham fortes e unidos. Professores, participem das atividades que ocorrerão logo cedo no Centro de João Pessoa e compareçam às 11h ao ato em frente ao Lagoa Shopping”, convoca Sitcovsky.
Mobilização já mostra resultados
O ano de 2017 vem sendo marcado por uma forte reação dos trabalhadores brasileiros à política de governo de retrocessos do governo Temer. Ao longo do mês de março, sindicatos e movimentos sociais realizada quatro grande protestos nacionais, nos dias 8, 15, 21 e 31, demonstrando a disposição de luta de diferentes categoriais. No dia 28 de abril, foi realizada uma das maiores greves gerais do Brasil e, no dia 24 de maio, uma grande marcha em Brasília (Ocupa Brasília), reunindo cerca de 150 mil pessoas.
Como resultado disso e do amplo debate com a sociedade, os trabalhadores conseguiram frear a tramitação da Reforma da Previdência e, na semana passada, teve a primeira vitória na apreciação da Reforma Trabalhista, com a reprovação na Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS).
Nesta quarta-feira (28), o texto que altera mais de 100 pontos da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), retirando direitos historicamente conquistados, será votada também na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Para cobrar dos senadores um posicionamento contrário ao projeto, representantes do ANDES-SN, bem como do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e das Centrais Sindicais, vêm realizando desde terça-feira (27) atividades no Congresso Nacional.
Além disso, de acordo com a agenda de lutas convocada pelas Centrais Sindicais, durante estão sendo realizadas ações também nos aeroportos, nas bases dos senadores e no Senado Federal para pressionar os parlamentares.
Lei da Terceirização
Outro fato que pode trazer nova vitória para os trabalhadores é a decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que nesta quarta-feira (28) entrou no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação para que a Corte considere inconstitucional a Lei de Terceirização, sancionada em março pelo presidente Michel Temer.
O procurador-geral pede que o STF conceda uma liminar (decisão provisória) para suspender imediatamente os efeitos da lei. Para Janot, o fato de a lei permitir a terceirização irrestrita da atividade-fim viola o “regime constitucional de emprego socialmente protegido” e fere direitos fundamentais do trabalhador. Na ação, o procurador-geral também argumenta que a lei permite ampliar de forma “ilegítima e desarrazoada” a contratação temporária.
Fonte: Ascom ADUFPB, com informações do Andes-SN