Em Areia, a falta de segurança também levou estudantes a pararem as atividades e realizarem manifestação
Os estudantes e professores do campus IV (Litoral Norte) da UFPB realizaram um protesto na manhã da quarta-feira (4/5) contra o atraso no salário de quase 40 funcionários terceirizados responsáveis pelos serviços de limpeza. Eles são contratados da empresa Infinity e já estão há três meses sem pagamento.
Para alerta a comunidade universitário a respeito do problema e cobrar providências da administração central da UFPB, professores, estudantes e funcionários pararam as atividades na quarta-feira no período da manhã.
Esta não é a primeira vez que a Infinity deixa os funcionários do campus IV sem salário. Segundo a professora Angeluce Soares, diretora do Centro de Ciências Aplicadas e Educação (CCAE), em novembro de 2015, a Direção do Centro pediu a intervenção da Reitoria porque os terceirizados já estavam, à época, sem salários e cestas básicas também há quase três meses.
Em dezembro, a Prefeitura Universitária notificou a empresa. A administração central da UFPB pediu, então, uma nova licitação para substituir a Infinity. Os funcionários só conseguiram receber os atrasados em janeiro, mas, em fevereiro, a empresa continuou sem pagar.
A Pró-Reitoria de Administração informou à Direção do CCAE que a situação com a Infinity era muito grave e que a empresa seria multada e negativada. Com isso, ela ficará proibida de firmar contrato com órgãos públicos pelo período de cinco anos. Embora a empresa tenha sido punida, os funcionários continuam sem o direito básico ao salário e enfrentando dificuldade para manter suas famílias.
Em nota divulgada nesta quarta-feira, a Direção do Centro pediu à Reitoria que monitore mais intensamente os contratos de terceirização, tomando medidas cabíveis para que situações semelhantes não se repitam. Pede, ainda, que a nova empresa de serviços de limpeza do campus IV, a ser escolhida por licitação, contrate os atuais trabalhadores que atuam no campus como forma de minimizar o prejuízo material e moral pelo qual eles passaram.
Protesto também em Areia
Outro protesto parou as aulas também no campus II da UFPB, no município de Areia. O motivo foi a falta de segurança para a comunidade universitária. Segundo o professor Guttemberg Silvino, diretor da ADUFPB no campus II, no último domingo um grupo de estudantes foi abordado por assaltantes ao chegar à recém-construída guarita leste, que não possui vigilância.
O episódio revoltou estudantes, que pararam as aulas nesta quarta-feira e realizaram um protesto, à tarde, no centro da cidade. Segundo Guttemberg Silvino, a segurança no campus é precária e já foram registrados, além de assaltos a estudantes e professores, casos de roubo de objetos de laboratórios.
Leia mais sobre o protesto clicando aqui.
ADUFPB acompanha os casos
De acordo com o presidente da ADUFPB, Marcelo Sitcovsky, a entidade vem acompanhando de perto, por meio de seus diretores no Litoral Norte e em Areia, os casos de atraso de salários e de falta de segurança.
“Essas duas problemáticas expressam bem os desafios que atualmente estamos enfrentando na UFPB, pois, ao que tudo indica, a empresa prestadora de serviços no campus IV tem tratado com descaso os trabalhadores dos serviços de limpeza e isso é algo inaceitável, pois nós estamos falando de atraso de salários”, declarou. Sobre a falta de segurança em Areia, Sitcovsky declarou que o problema tem sido objeto de inúmeras manifestações na UFPB.
“Seja pela violência praticada por falta de preparo das equipes de segurança, com relatos de abusos por parte da segurança, ou como ocorreu em Areia, que julgamos ser muito grave e que representa o outro lado da moeda, a falta de segurança. É preciso urgentemente que a comunidade universitária enfrente essas questões e que a nossa reitoria adote todas as medidas cabíveis para apurar as responsabilidade e acima de tudo que o nosso ambiente acadêmico seja resguardado e que possamos ter condições de tranquilidade normalidade para desenvolver nossas atividades”, afirmou.
Fonte: Ascom ADUFPB