Os professores e alunos do Campus IV da UFPB (Litoral Norte) retomaram as atividades do semestre letivo segunda-feira (18), após paralisação de 38 dias em protesto contra as condições de infraestrutura e administrativas do centro. A volta às aulas foi decidida durante assembleia na quarta-feira, dia 13, com a condição de que a reitoria providenciasse melhorias no campus. Caso contrário, os professores retornarão à greve no dia 17 de dezembro.
Para evitar a paralisação, docentes e professores exigiram a entrega de todas as salas previstas para o campus (cujas obras estavam atrasadas) e o compromisso por parte do reitor Rômulo Polari de providenciar abastecimento de água para a unidade de Mamanguape de forma ininterrupta, valendo-se de soluções temporárias, como a utilização de caminhões pipa, até que seja consolidada a solução definitiva.
Os manifestantes também fizeram exigências para aceitar o período de reposição de aulas a partir de 3 de janeiro de 2011. Eles pedem, primeiramente, que a universidade assine um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) até o dia 13 de dezembro comprometendo-se a solucionar os demais problemas do campus.
Exigem, também, que seja realizada a prestação de contas (relato pormenorizado das receitas e despesas do CCAE) para a atual Direção do Centro até o dia 13 de dezembro. Reivindicam, ainda, a concretização das providências listadas no Relatório de Implantação com agendamento para os meses de outubro, novembro e dezembro.
Período letivo 2010.2
A assembleia também faz reivindicações à universidade para dar início ao período letivo 2010.2. Exige a concretização das providências listadas no Relatório de Implantação com agendamento previsto até o início do semestre e solicita em caráter emergencial ao reitor que oficialize junto ao MEC (Ministério da Educação) um pedido de adiamento das visitas de fiscalização e avaliação de cursos previstas para este ano.
Para manter um acompanhamento constante das providências da reitoria para cumprir as exigências listadas em assembléia, alunos e professores decidiram transformar o “Comando de Greve” em uma “Comissão Permanente de Mobilização” (CPM). A finalidade do CPM é manter os vários segmentos que compõem a comunidade acadêmica informados e mobilizados quanto à conquista das melhorias, convocando a assembleia sempre que se fizer necessário.
Desde o dia 10
Desde o dia 10 de setembro as aulas do Campus Litoral Norte, composto pelos cursos das cidades de Mamanguape e Rio Tinto, estão paradas. Após o desmoronamento do forro de um dos blocos de salas, os alunos deram início à mobilização. No dia 13, os professores anunciaram apoio ao movimento e, no dia 22, decretaram greve.
Alguns problemas destacados por alunos, professores e funcionários
- Atraso no pagamento dos terceirizados (motoristas estão há sete meses sem receber e pessoal da faxina, há quatro)
- Número insuficiente de servidores técnico-administrativo (apenas 32 funcionários para atender Mamanguape e Rio Tinto)
- Falta de pagamento das bolsas de pesquisa e de monitoria
- Acesso precário à internet (rede é lenta e não atende adequadamente nem mesmo o curso de Computação)
- Rachaduras em prédios recém-construídos e perigo de desabamento (o forro de um dos blocos, em um prédio reformado, chegou a cair e o local foi interditado pelo Corpo de Bombeiros)
- Aparelhos de ar condicionado que não funcionam
- Banheiros sem água
- Falta de rampas para acesso de pessoas com deficiência
- Biblioteca sem acervo mínimo de livros
- Falta de material administrativo (professores precisam comprar até canetas para dar aula)
- Falta de uma residência universitária
Pauta de reivindicações
- Autonomia administrativa e financeira para o Campus IV
- Prestação detalhada de contas referente aos recursos alocados e gastos no Campus IV a se apresentada em no máximo 30 dias
- Compra de material para os laboratórios para suprir as demandas dos alunos concluintes e demais alunos
- Contratação de mais 30 profissionais da área de segurança
- Disponibilização do acesso digital a todos os alunos através de dez novos terminais de consulta em Rio Tinto e dez novos terminais de consulta em Mamanguape
- Pagamento das Bolsas de Auxílio em atraso
- Contratação de funcionários já concursados para o Campus IV e com seus respectivos códigos de vagas liberados pelo MEC
- Disponibilização de material de expediente (toner, papel, cartuchos, canetas etc.)
- Aumento do acervo de livros das bibliotecas