A diretoria do ANDES-SN enviou ofício ao governo da Paraíba, solicitando uma audiência para tratar da greve dos docentes da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), paralisados desde 12 de abril. O objetivo é somar forças junto ao Comando de Greve dos professores da UEPB e estabelecer o diálogo entre a categoria e o governo do estado para tratar da pauta de negociações dos docentes da instituição. O documento também foi encaminhado para a Secretaria de Educação do estado e para a reitoria da UEPB.
Em audiência realizada no Ministério Público estadual, em Campina Grande, na terça-feira (4), foi firmado um termo entre a Aduepb Seção Sindical, o comando de greve dos docentes, a reitoria da universidade e a representação do governo para a retomada do diálogo e negociação.
Também na terça, diretores de centros, chefes de departamentos e coordenadores de cursos da UEPB se posicionaram contrários a tentativa da administração da universidade em retomar as aulas com a reapresentação de um grupo de professores substitutos.
Em nota, os gestores ressaltam que diante da impossibilidade administrativa, acadêmica e pedagógica do retorno fragmentado e não representativo para o pleno funcionamento das atividades “decidimos não acatar o retorno das atividades acadêmicas, sob responsabilidade os professores substitutos, até que ocorra a finalização do movimento grevista e todas as atividades sejam retomadas coletivamente”.
Entenda a greve
Os problemas da UEPB foram agravados com o corte no orçamento da instituição realizado pelo governo do estado em 2017. Nelson Júnior, presidente da Aduepb Seção Sindical, explica que a universidade, por meio do Conselho Universitário, aprovou um orçamento de R$ 410 milhões para a manutenção da Uepb e enviou ao governo do estado. “Após receber o orçamento, o governo encaminhou, de forma unilateral, para a Assembleia Legislativa um orçamento de R$ 317 milhões e, para surpresa de todos ocorreu um novo corte de R$ 27 milhões, que deixou o orçamento a ser executado menor que o de 2016”, contou o docente.
A partir da redução orçamentária, explica Nelson, a reitoria adotou medidas para se adequar ao orçamento. Entre elas, a demissão de 120 professores substitutos e o cancelamento da chamada de 2700 estudantes de graduação, que entrariam na universidade no segundo semestre de 2017. Além disso, em março, publicou também uma portaria (246/17) com uma série de cortes de investimentos, atacando diretamente a assistência estudantil e as condições de pesquisa e extensão da instituição.
*com informações e imagem da Aduepb SSind.
Fonte: ANDES-SN