Em reunião na tarde desta quinta-feira (22) os diretores do ANDES-SN solicitaram ao presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), reitor João Luiz Martins, maior participação da entidade no processo de reestruturação da carreira do professor federal.
O encontro aconteceu a pedido do Sindicato Nacional, para tratar, além da carreira, outras questões urgentes para a categoria como os projetos de lei 2203/2011 e 2134/2011. O primeiro traz componentes do acordo emergencial firmado entre o governo e no Sindicato Nacional e o segundo prevê a criação de 77 mil cargos nas universidades e institutos federais.
Marina Barbosa, presidente do Sindicato Nacional, observou que a morosidade na tramitação dos PL e no processo de negociação da carreira tem gerado um sentimento crescente de frustração na categoria docente.
O presidente da Andifes disse que irá solicitar ao governo a participação da Andifes na negociação e defendeu a retomada imediata das discussões sobre a concepção do plano de carreira.
“Concordamos com muitos dos pontos defendidos pelo Sindicato e podemos aprofundar o debate”, afirmou Martins. Em resposta, a presidente do ANDES-SN, afirmou ser possível “alcançar o consenso em algumas questões”.
Durante a reunião, foi entregue ao presidente da Andifes o último Informandes Especial das Ifes, que detalha as principais diferenças entre as propostas do Sindicato Nacional e do governo em relação à reestruturação do plano de carreira. O ANDES-SN também se comprometeu a encaminhar o relatório da última reunião do GT Carreira, em 8 de dezembro do ano passado, em que ficaram claras as posições das entidades e do governo.
Naquela ocasião, foram identificados seis pontos de convergência e seis pontos de divergências estruturais nas propostas. “Nós, por exemplo, somos contra o fosso que existe entre os professores adjuntos e os associados. E, também, contrários ao rebaixamento salarial dos níveis iniciais. A nossa proposta é por um aumento substancial do piso salarial”, exemplificou Luiz Henrique Schuch, 1º vice-presidente do ANDES-SN.
O secretário-geral do ANDES-SN, Márcio Antônio de Oliveira argumentou que o importante para a categoria é que o projeto do governo para o plano de carreira do professor federal seja apresentado.
“Mesmo que tenhamos divergências, o importante é ter a proposta na mesa para que possamos negociar”, afirmou Oliveira. “E essas negociações devem começar logo, pois sabemos que para ter impacto em 2013, o acordo deve ser fechado até agosto”, ressaltou Marina Barbosa.
Os diretores do ANDES-SN também solicitaram ao presidente da Andifes que a entidade proponha uma pauta unitária de assuntos locais, como forma de facilitar as negociações entre os reitores e as seções sindicais. “Apesar das especificidades, entendemos ser possível uma posição comum para várias questões e a Andifes pode ajudar nesse processo”, defendeu Marina.
Em relação aos projetos de lei, Martins disse que a Andifes tem acompanhado melhor a tramitação do PL 2134/11, pois, assim como o ANDES-SN, também está preocupada com a falta de professores.
“Os temporários não substituem com qualidade os efetivos algumas universidades estão fazendo a opção de não abrir vagas no vestibular para não ter de começar um curso só com temporários”, afirmou.
O secretário-executivo da Andifes, Gustavo Balduíno, perguntou qual era a posição do ANDES-SN em relação à utilização dos recursos do pré-sal para a educação, ao Plano Nacional de Educação e à transformação dos Ifets em universidades tecnológicas. Os diretores do ANDES-SN explicaram que o Sindicato tinha uma posição histórica na defesa dos 10% do PIB para a educação e na transformação dos antigos Cefets do Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro em universidades tecnológicas, mas ainda não tinha se debruçado sobre a questão do pré-sal.
O ANDES-SN também foi representado na reunião pelo 1º vice-presidente da Regional Nordeste II, Josevaldo Cunha, e pelos professores Raimunda Pereira dos Santos e José Ricardo da Silva, que estão em Brasília participando do Comando Nacional de Mobilização, representando, respectivamente, a Associação dos Professores da Universidade Federal do Maranhão (Apruma) e da Associação da Universidade Federal da Paraíba (Adufpb).
Também participaram da reunião, o reitor da Universidade Federal de Lavras, Paulo Márcio de Farias e da Universidade Federal do Pará, Carlos Maneschy e o diretor-geral do Cefet-MG, Márcio Basílio.
Fonte: Andes