O 40º Congresso do ANDES-SN chegou ao fim na noite dessa quinta-feira (31). Foram cinco dias de muitos debates e deliberações, que irão contribuir para as lutas da categoria docente ao longo de 2022. O encontro contou com a participação de 642 docentes e foi realizado na cidade de Porto Alegre (RS), desde domingo (27). Nesta sexta (1), as e os participantes realizam, junto com demais categorias e movimentos sociais e populares gaúchos, um ato pelas liberdades democráticas e em defesa dos serviços públicos.
Antes de dar início à aprovação das moções apresentadas ao 40º Congresso do ANDES-SN, a Comissão de Combate ao Assédio do encontro apresentou os resultados de seus trabalhos. De acordo com as e os integrantes da comissão, foram apresentadas 20 denúncias referentes a uma situação de assedio e violência de gênero praticada por um participante durante uma plenária do Congresso, direcionada a duas docentes, mas que repercutiram nas e nos demais presentes.
A comissão acolheu as denúncias e dialogou com o denunciado, buscando estabelecer um processo pedagógico de conscientização. Foi proposto ao docente fazer uma retratação pública, no entanto o mesmo não ficou até o momento da plenária final, apresentando um texto para ser lido no encerramento. Entendendo que a leitura da retratação não competia à comissão, a mesma decidiu dar sequência aos trabalhos e apresentará seus encaminhamentos como forma de texto de resolução ao próximo Conad, que será realizado em Vitória da Conquista (BA).
A mesa de encerramento foi composta por Regina Ávila, secretária-geral do ANDES-SN, Milton Pinheiro, presidente em exercício do Sindicato Nacional, Amaury Fragoso de Medeiros, 1º tesoureiro da entidade, Elisabete Búrigo, 2ª vice-presidenta da Seção Sindical do ANDES-SN na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ANDES/UFRGS) e Manuela Finokiet, 2ª vice-presidenta da Regional RS do ANDES-SN.
Elisabete Búrigo agradeceu a participação de todas e todos que participaram do 40º Congresso do ANDES-SN e também que ajudaram a construir esse grande encontrou. A docente ressaltou a importância da realização do evento na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que atualmente é administrada por um reitor interventor. Afirmou ainda que, apesar do cansaço, as e os docentes, em especial a delegação do ANDES/UFRGS, saem fortalecidas e fortalecidos.
Na sequência, Regina Ávila, secretária-geral do ANDES-SN, fez a leitura das moções apresentadas que contemplaram diversos temas, entre a cobrança de justiça e resposta sobre os mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, apoio à greve dos profissionais de Educação de Dourados (MS) e de Minas Gerais, solidariedade às trabalhadoras e trabalhadores que enfrentaram a Covid-19 e seus efeitos, repúdio aos governos dos estados que se recusam a negociar com as e os docentes, como do Maranhão e de Minas Gerais, apoio à luta dos estudantes indígenas, contra os ataques à autonomia universitária na Universidade Estadual de Feira de Santana (BA) e contra o assédio praticado pelo reitor interventor da Universidade Federal do Ceará à comunidade universitária, entre outras. A plenária aprovou ainda uma moção em saudação à memória da professora Lisete Areralo, pedagoga docente da USP, referência na luta da em defesa da Educação Pública e popular, que muito contribuiu para as formulações do Grupo de Trabalho de Política Educacional do ANDES-SN.
Após a aprovação de todas as moções, a secretária-geral fez a leitura da Carta de Porto Alegre, do 40º Congresso do ANDES-SN “A vida acima dos lucros!”, em memória a Marcos Goulart de Souza, funcionário do ANDES-SN que faleceu vitimado pela Covid-19. Com a homenagem, as e os docentes lembrou e horaram todas as vidas perdidas nesse momento trágico da história, pela negligência do governo Bolsonaro na condução da pandemia e demora na oferta de vacinas à população brasileira.
A Carta de Porto Alegre destacou o clima dos debates e as deliberações do congresso, também expresso nas apresentações artísticas nos intervalos das plenárias e nas exposições montadas no prédio da Faculdade de Educação da UFRGS, que contam a luta por memória e justiça contra os expurgos da UFRGS e também resgatam os 41 anos de luta do ANDES-SN.
Milton Pinheiro, presidente em exercício do ANDES-SN, agradeceu a participação de todas e todos docentes presentes no primeiro encontro deliberativo presencial do Sindicato Nacional desde o início da pandemia. Ele ressaltou a importância do ato que ocorre nessa sexta (1) que, além de marcar a defesa dos serviços públicos, destaca a luta contra o governo Bolsonaro, em defesa das liberdades democráticas e em repúdio à ditadura empresarial-militar, que teve início há exatos 58 anos.
Com a saudação às e aos docentes presentes, Milton declarou o fim do 40º Congresso do ANDES-SN. “Vitória e força na luta!”, desejou. O evento foi encerrado com as e os participantes entoando as palavras de ordem que marcaram as lutas da categoria no último período. “Eu sou docente, sou radical, eu sou do ANDES Sindicato Nacional!”
“Foi uma jornada importante, com decisões sérias, que vão movimentar o conjunto da categoria para as lutas de rua, contra Bolsonaro, em defesa dos serviços públicos, em defesa do reajuste de 19,99%. Posso dizer que foi um congresso muito vitorioso”, avaliou o presidente em exercício do ANDES-SN ao final da plenária.
Fonte: Andes-SN