A assembleia dos professores da UFPB, nesta terça-feira (5/6), aprovou a continuidade da greve da categoria, iniciada no dia 17 de maio, e definiu uma série de atividades e encaminhamentos. Ficou definido, por exemplo, que as assembleias de greve passarão a ser semanais. A próxima já foi marcada para o dia 14 de junho, próxima quinta-feira, às 9h.
Entre as atividades propostas está a realização da segunda aula-pública para dialogar com a comunidade sobre a Educação no País. A aula ocorrerá na quarta-feira, dia 13 de junho. Também serão realizados panfletagens, contatos com parlamentares para cobrar apoio ao movimento e um abaixo-assinado a respeito da reivindicação da categoria.
Outro encaminhamento da assembleia foi a definição de uma reunião com professores e estudantes da pós-graduação e a Pró-Reitoria de Pós-Graduação para discutir como fica a situação das atividades no período de greve.
Por enquanto, os programas de pós-graduação não pararam os trabalhos. Alguns já começam a se mobilizar com o objetivo de aderir ao movimento. A pós de Antropologia, por exemplo, realiza uma reunião nesta quarta-feira (6/6) para definir uma posição. A pós de Enfermagem também está se organizando para aderir à greve.
O principal ponto da assembleia desta terça-feira foi avaliar a greve na Paraíba e em todo o País. O professor Jaldes Reis de Meneses, secretário do Comando Local de Greve (CLG), apresentou uma análise de conjuntura do movimento, resultado das reuniões do CLG. De acordo com ele, essa greve já é a maior desde 1998.
“É algo que não acontece há 14 anos. Atualmente, 52 instituições federais de ensino estão paradas e a expectativa é de que até o dia 15 de junho as demais adiram ao movimento. Essa é uma conquista do movimento”, afirmou. Além disso, em 30 instituições, os alunos já decretaram estado de greve em apoio ao movimento docente.
Jaldes também destacou a forte participação dos professores mais novos nas atividades de mobilização. “É muito importante dizer que há sangue novo no movimento. Professores que entraram há cinco seis anos e assistiram a construção do Reuni nas universidades. Esse é um momento de renovação e mudança”.
De acordo com o secretário do CLG, a expansão quantitativa dos professores federais veio acompanhada por um arrocho salarial. “O aumento no número de professores não veio acompanhado da devida valorização do nosso trabalho”.
Ele lembra que a carreira docente foi uma das únicas que não passou por reformulação durante o governo Lula e depois no governo Dilma. “Todos os representantes de ministérios são unânimes em dizer que o governo está em atraso com o movimento docente”, afirma.
Inclusive já houve categorias que passaram por reestrutura nesse ano e meio de governo Dilma. É o caso dos pesquisadores do Ministério da Ciência e Tecnologia, que passou por mudanças no ano passado. “Por isso não faz sentido que o governo seja intransigente com os docentes”, avalia Jaldes.
Fonte: Ascom ADUFPB