Estudantes e trabalhadores do setor da educação realizam quinta-feira (9/6), em todo o país, uma série de atos públicos contra os novos cortes no Orçamento de 2022 anunciados esta semana pelo governo Bolsonaro. O bloqueio total de R$ 6,96 bilhões afeta principalmente os ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação (que terá R$ 3,5 bilhões a menos) e da Educação (R$ 1,59 bilhão).
Em João Pessoa, o protesto terá concentração às 15h na Praça da Paz, localizada no bairro dos Bancários. De lá, os manifestantes vão seguir em passeata até o campus I da UFPB. Convocada nacionalmente pela União Brasileira dos Estudantes (UNE), a mobilização está sendo organizada por entidades representativas dos estudantes, com apoio dos movimentos sociais e de outras entidades, como a ADUFPB.
A atividade foi anunciada durante assembleia docente realizada na UFPB na última terça-feira (7/6) em fala do representante do Diretório Central dos Estudantes, Ruan Navarro. “A população precisa se impor contra esses cortes nas instituições federais de ensino, e o movimento estudantil da Paraíba e de João Pessoa já está mobilizado”, afirmou. Ele destaca que, embora o ato esteja sendo convocado por entidades estudantis, trata-se de uma mobilização unificada, com a participação de docentes, servidores técnico-administrativos, movimentos sociais e entidades representativas diversas.
O presidente da ADUFPB, Fernando Cunha, reforçou a fala do representante do DCE, convocando toda a categoria a se juntar ao protesto nesta quinta-feira. Ele anunciou que o sindicato se comprometeu em providenciar apoio na divulgação do ato e carro de som para o dia do protesto.
Próxima assembleia
A assembleia docente desta terça-feira foi realizada de forma presencial nos campi de Bananeiras e João Pessoa (que contou com a participação também de professores do Litoral Norte) e virtual em Areia, onde as professoras e os professores puderam participar pelo Zoom. Um telão foi instalado no Centro de Vivência para que quem estivesse na atividade de João Pessoa pudesse ver e ouvir os(as) docentes on-line.
Como já vinha ocorrendo nas assembleias virtuais, a ADUFPB disponibilizou um intérprete de Libras durante toda a atividade. Além disso, para recepcionar os(as) docentes na sede de João Pessoa e celebrar a retomada das atividades presenciais, foi oferecido um café da manhã especial.
A assembleia desta terça-feira contou com a participação de cerca de 60 pessoas (somando os quatro campi), portanto não atingiu o quórum mínimo para deliberações e será remarcada para nova data. Desta forma, não ocorreu o debate dos pontos previstos em pauta – que incluía, por exemplo, a eleição do delegado da ADUFPB para o 65º Conad do Andes-SN -, mas foram apresentados informes tanto da Diretoria quanto dos(as) filiados(as).
Posse da nova Diretoria
Durante a atividade, o professor Fernando Cunha, presidente da ADUFPB, anunciou que a posse da nova Diretoria (eleita no último dia 1º), inicialmente definida para o dia 15 deste mês, será adiada para outra data – provavelmente, o dia 20, no horário da tarde. Para a cerimônia, que acontecerá no Centro de Vivência do campus I, está convidada toda a categoria docente, além de autoridades, parlamentares, movimentos sociais e representantes dos demais segmentos da UFPB.
Festa de São João
No dia 15, no período da noite, ocorrerá a festa de São João da ADUFPB, que voltará a ser realizada após suspensão nos dois últimos anos, em decorrência da pandemia. O evento será às 19h, na Granja do Wallace, localizada na avenida Messias Oliveira Guimarães, 166-328, no Portal do Sol, em João Pessoa, e terá muito forró pé-de-serra e comidas típicas. Quem quiser participar deve entrar em contato com a secretaria da ADUFPB, no Centro de Vivência, para confirmar o nome na lista de convidados. Cada filiado(a) terá o direito de levar um acompanhante.
Protesto dos permissionários
Outro informe apresentado na atividade da última terça-feira pelo professor Fernando Cunha foi a respeito do ato realizado no dia 3 de junho pelos permissionários da UFPB, pequenos comerciantes que alugam espaços nos campi para a instalação de lanchonetes, quiosques de fotocópia, livrarias e outros. Eles foram para a frente do prédio da reitoria para protestar contra o aumento extorsivo do valor dos aluguéis cobrados pela instituição.
Conforme os empreendedores, há casos de pequenos estabelecimentos que terão que pagar mais do que as instituições bancárias instaladas na universidade. “Estivemos presentes na mobilização e também participamos da audiência na Defensoria Pública, logo após o ato. Além disso, a deputada estadual Cida Ramos agendou uma audiência na reitoria, na qual também estaremos presentes”, explicou o presidente da ADUFPB.
Segundo ele, o sindicato continua atento também à situação das entidades representativas da universidade, que, assim como os comerciantes, também sofreram reajustes extorsivos nos aluguéis. Além da própria ADUFPB, o Sintespb e o DCE estão sendo cobrados e chegaram a receber uma comunicação da reitoria determinando a desocupação das instalações nos campi da universidade.
Após discussão no Conselho de Representantes (Consuni), o despejo das entidades foi suspenso e um processo foi instalado. Segundo Fernando Cunha, o relator chegou a pedir diligência para que a reitoria apresente explicações para a retirada das entidades representativas, porém o processo continua parado por falta de resposta da administração.
Resultado das eleições
Durante a assembleia da última terça-feira, o professor Marcelo Sitcovsky, presidente da Comissão Eleitoral da ADUFPB, realizou a leitura das atas com o resultado final da votação para escolha da nova 34ª Diretoria Executiva (biênio 2022-2024) e do Conselho de Representantes do sindicato.
A campanha eleitoral ocorreu de 30 de abril a 31 de maio e a votação foi realizada no dia 1º de junho. No total, foram contabilizados 713 votos, sendo 1 em branco e 10 nulos. A chapa 1 – Universidade, Democracia e Luta saiu vitoriosa na disputa, recebendo 483 votos, o que corresponde a 67,74% do total. Já a chapa 2 – A ADUFPB é Para Lutar – Antes que a Chama Apague teve 219 votos, o equivalente a 30,72%.
Comitê contra a intervenção
Outro informe da assembleia foi dado pelo professor Márcio Silva, que falou sobre as atividades do Comitê pela Autonomia e contra a Intervenção da UFPB. Segundo ele, o grupo retomou as atividades presenciais e, na última sexta-feira (3) à tarde realizou uma plenária na Praça da Alegria, no CCHLA. Na ocasião, os integrantes falaram sobre a realização do ato público contra os cortes, no dia 9, e sobre a questão dos permissionários.
A plenária também tratou do processo de intervenção na universidade. “Não podemos esquecer que estamos sob intervenção e que precisamos acabar com ela”, declarou. Marcio Silva lembrou que, no ano passado, o comitê protocolou um dossiê na reitoria e no Ministério Público denunciando os abusos da gestão intervencionista e cobrando a destituição do interventor. Segundo ele, é muito importante, agora, atualizar o dossiê e levar a questão para discussão nos conselhos superiores de forma a encaminhar o processo de destituição.
Homenagem a Hermeto Pascoal
Ainda durante a assembleia, o professor Carlos Anísio, do Departamento de Música, informou que nesta quinta-feira (9) ocorrerá a entrega do título de Doutor Honoris Causa pela UFPB ao compositor e multi-instrumentista alagoano Hermeto Pascoal. A homenagem foi aprovada em 2019, mas, devido à pandemia, só poderá ser realizada agora.
Segundo Carlos Anísio, este será o primeiro título de Doutor Honoris Causa concedido no Brasil a Hermeto Pascoal. A cerimônia ocorrerá na Sala Radegundis Feitosa, no campus I, a partir das 18h. Devido à idade e às condições de saúde, o compositor não poderá vir do Rio de Janeiro a João Pessoa e participará da atividade de forma virtual, com transmissão por um telão no evento.
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Fonte: Ascom ADUFPB