No ano que o Brasil foi “presenteado” com o pior ataque aos direitos trabalhistas desde a época da ditadura, os sindicatos e movimentos sociais vão marcar as atividades do 1º de maio com gritos de protesto e cobrança. Em João Pessoa, as ações serão realizadas na quinta-feira, dia 30. Cerca de 10 mil trabalhadores da Capital e do interior do Estado participarão de uma caminhada pelas principais ruas do Centro, com destino ao Ponto de Cem Réis, onde será realizado um ato público cultural.
A concentração começará pela manhã, no Parque Solon de Lucena (Lagoa). Às 14h, os trabalhadores sairão em caminhada, com carro de som, gritando palavras de ordem, convidando a população a juntar-se ao protesto. A marcha contará com a participação da Batucada da Juventude Levante Popular, de Babau da Paraíba com Mestre Clovis e dos violeiros João Lourenço e Rogério Menezes.
Já no Ponto de Cem Réis, a partir das 18h30, os trabalhadores participarão de um ato público que terá falas de líderes sindicais e dos movimentos sociais. Às 20h, começarão as apresentações culturais. A abertura será com Santana, O Cantador. Em seguida, apresenta-se o grupo Forró Caçuá. O encerramento será com o músico Escurinho, com participação especial de Totonho.
A ADUFPB convida todos os professores a participarem das atividades, que vão alertar os trabalhadores para a ameaça de recentes decisões políticas, como as Medidas Provisórias 664 e 665, que modificam direitos trabalhistas e previdenciários, e o Projeto de Lei 4330, que libera a contratação de mão de obra terceirizada.
São três os principais eixos da manifestação, que está sendo organizada pela CUT/PB (Central Única dos Trabalhadores) e pela CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil): contra o retrocesso e o PL 4330, em defesa da Petrobras e pela Reforma Política.
Segundo o presidente da ADUFPB, Jaldes Reis de Meneses, o projeto de lei das terceirizações pode ser considerado o maior ataque à classe trabalhadora brasileira desde o período da ditadura militar. “Esse ataque promovido pelo deputado Eduardo Cunha é o pior das últimas décadas. Pelo menos desde a ditadura militar, quando aconteceu a reforma da CLT [Consolidação das Leis Trabalhistas]. Então esse é um momento muito grave”, declarou.
“A defesa dos direitos dos trabalhadores e da nação: esse é o principal aspecto dessa atividade. Por isso nós estamos convidando todos para estarem às ruas no dia 1º de maio”, afirmou o diretor de Política Educacional da ADUFPB, Fernando Cunha. Segundo ele, a população brasileira precisa estar alerta para o perigo dos recentes ataques aos direitos do cidadão. “Com esse Congresso, não dá para a gente vacilar. Os direitos consolidados dos trabalhadores estão sendo semanalmente destruídos e os ataques são grandes”.
De acordo com o presidente da CUT Paraíba, Paulo Marcelo, o momento político atual é de retrocessos. “Estamos vivenciando um dos maiores ataques aos trabalhadores brasileiros, e essa perseguição não ficará impune, mas para isso, os trabalhadores e trabalhadoras precisam pressionar e fortalecer suas bandeiras de luta”.
Debate será realizado na ADUFPB
Também na quinta-feira (30/4), às 19h, na sede da ADUFPB, será realizada outra atividade em alusão ao Dia do Trabalhador. Trata-se do debate “Uma saída à esquerda para os trabalhadores”, com a frente de esquerda na Paraíba e a participação de movimento sociais, sindicatos e entidades que representam os trabalhadores nas suas diversas lutas sociais.
A atividade tem como objetivo debater a conjuntura brasileira com foco nas lutas do trabalho, a crise política brasileira e a constituição da frente de esquerda voltada ao embate das estratégias que definam os eixos de luta e a pauta de reivindicações para o avanço da resistência contra a ofensiva da direita que se constitui no país, lembrando ainda o histórico da data do “Primeiro de Maio”.
Fonte: Ascom ADUFPB