A chapa Valdiney/Liana obteve apenas um décimo de votos nas eleições gerais ante à primeira colocada Terezinha/Monica
Cida Alves
Brasil de Fato | João Pessoa – PB
O Presidente Jair Bolsonaro nomeou nesta quarta-feira (04) o novo nome para comandar a Reitoria da Universidade Federal da Paraíba, período 2020 – 2024.
Os escolhidos foram Valdiney Veloso Gouveia (Reitor) e Liana Filgueira Albuquerque (vice-reitora) da chapa 3 “Orgulho de ser UFPB”, que ficaram em 3º lugar no pleito.
A chapa, no entanto, teve uma votação inexpressiva na consulta eleitoral da UFPB, perdendo em todos os segmentos, docente, técnicos administrativo e estudantes; obteve um total de zero voto no Consuni (Conselho Universitário), e só entrou na lista Tríplice à custa de uma liminar. A chapa de Terezinha/Mônica obteve 47 votos e a chapa Isac/Regina, 45 votos no Consuni.
Como aconteceu em outras 14 universidades do país, a nomeação se deu de forma arbitrária – mas não ilegal – do novo Reitor.
Por lei, é prerrogativa do presidente da República definir os nomeados para o cargo de Reitor das Universidades Federais a partir da lista tríplice encaminhada pelas instituições. Desde o governo Lula, o costume adotado era indicar o primeiro colocado da lista, que no caso seriam Terezinha e Mônica, da Chapa 2 – “Inovação com Inclusão”, que venceram as eleições com 964.518 votos (soma total ponderada e normalizada). O segundo lugar Isac/Regina Célia obteve 920.013 votos (soma total ponderada e normalizada), restando os 106.496 para a chapa Valdiney/Liana.
Essa manobra vem sendo denunciada como uma forma de intervenção para colocar nos cargos apoiadores ligados ao projeto político e de poder do presidente.
Fernando Cunha, presidente do Sindicato dos Professores da UFPB (Adufpb) afirma que este é mais um ataque do governo à democracia: “Este é mais um ataque à Universidade, à democracia e à autonomia universitária, demonstrando, claramente, que esse governo não tem nenhuma responsabilidade com a coisa pública, com a legitimidade dos processos democráticos. Ele demonstra claramente que é inimigo da Educação”, destaca Fernando.
Para o sindicalista, o governo Bolsonaro não tem proposta educacional. “Como ele disse na campanha ‘é destruição de tudo isso aí’, que é a privatização do ensino público no Brasil, ampliar o caráter ideológico no campo da direita, da narrativa conservadora, a-científica e negacionista, e seguir o processo de desmonte da Educação. Então essas nomeações de Reitores é para implementar o Future-se, para todo o tipo de negociatas e interesses privados dentro da instituição”.
A campanha Reitor eleito é Reitor empossado foi realizada logo após o encerramento das eleições, com a vitória de Terezinha e Mônica: “Para nós, Reitor eleito é Reitor empossado. E vamos continuar na defesa da democracia, da Universidade pública e da autonomia universitária”.
Fernando adiantou que a Adufpb irá convocar uma plenária dos três segmentos universitários para poder avaliar todo o processo em conjunto.
Fonte: Brasil de Fato