O Comando Nacional de Greve do Andes – Sindicato Nacional divulgou uma carta aos diversos movimentos sociais e entidades sindicais a respeito do movimento nas universidades federais brasileiras. Confira o documento na íntegra.
A defesa do ensino público, gratuito e de qualidade no Brasil e a compreensão da educação laica como fundamental no processo de formação dos sujeitos sociais são partes essenciais da história do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN). Soma-se a esta trajetória o apoio e fortalecimento às lutas da população brasileira no enfretamento à ditatura e governos autoritários e na reivindicação por serviços públicos que atendam às suas necessidades de saúde, educação, segurança, moradia, transporte, dentre outros direitos sociais básicos.
Portanto, diante de um contexto em que testemunhamos a regressão dos direitos conquistados, de contrarreforma das políticas públicas, de precarização das condições de vida e trabalho dos(as) trabalhadores(as), repressão e criminalização dos movimentos sociais combativos, os docentes federais estão em greve desde o dia 28 de maio de 2015. A construção da greve nacional se dá em uma conjuntura bastante adversa; sob o discurso da “Pátria Educadora” há a intensificação do projeto de desmonte das Instituições Federais de Ensino – IFE, por meio dos cortes no orçamento, desvalorização da carreira docente e a retirada de direitos trabalhistas, dentre outras ações que concretizam o processo de privatização dessas instituições. Assim, a greve se constitui como modo de enfrentamento da categoria a esses ataques e também uma resposta a mais de um ano sem efetiva negociação de nossas pautas, por parte do governo federal.
As categorias que atuam na educação pública tem intensificado as lutas contra os governos que implementam, de forma subordinada, a agenda empresarial de mercantilização da educação orquestrada pelos organismos internacionais. Além dos docentes federais, é importante destacar a forte greve nacional dos técnico-administrativos em educação convocada pela FASUBRA, as grandes mobilizações que os estudantes têm realizado, a greve dos docentes das universidades estaduais e o grande contingente de greves da educação básica nas redes públicas de ensino.
São essas as questões que nos levam a conclamar os movimentos sociais e entidades sindicais internacionais a se solidarizarem com a nossa luta. Esta batalha não é só dos docentes, mas de todos aqueles/as que acreditam na luta para garantir uma educação pública, gratuita e de qualidade e para que não tenhamos nenhum “passo atrás” nas importantes conquistas históricas da classe trabalhadora.
Da mesma maneira, nos solidarizamos com todos os movimentos sociais e entidades sindicais internacionais que compartilham conosco os objetivos de nossa luta.
COMANDO NACIONAL DE GREVE
Brasília, 7 de junho de 2015.