Em reunião na última segunda-feira (2) na sede do Sindicato Nacional, a Comissão da Verdade do ANDES-SN, criada no 32º Congresso da entidade, fez um balanço das atividades já realizadas e apontou propostas de ações para o próximo período. Entre elas, a sugestão de definição de uma agenda de atividades, conciliadas com a pauta de lutas gerais do sindicato, que envolvam a articulação com as Secretarias Regionais e Seções Sindicais, Comissão Nacional da Verdade (CNV) e Comissões da Verdade das cidades e estados brasileiros.
Segundo o secretário-geral do ANDES-SN e membro titular da Comissão, Márcio Antônio de Oliveira, outras possibilidades de ações também foram pensadas, como o contato com a CNV a fim de agendar reunião, obter informações sobre a metodologia utilizada pela Comissão e dados relacionados às universidades brasileiras. “A Comissão está tomando corpo e, em três meses de funcionamento, a partir da sua constituição no 58º Conad, tem se organizado e realizou várias ações para o levantamento de informações”, afirma Márcio.
O membro suplente da Comissão da Verdade do ANDES-SN, Antônio Lisboa, avalia que a reunião foi bastante produtiva. “Foi possível fazer um mapeamento mais claro das demandas que existem para a nossa Comissão e as possibilidades de trabalho para 2014. Os informes abordaram os levantamentos de informações enviados pelas Seções Sindicais e contatos já feitos com comissões estaduais da verdade”, explica.
A Comissão também discutiu sobre a identidade visual para dar visibilidade e publicidade às ações do ANDES-SN a respeito do tema, além da definição de sistemáticas de comunicação.
Levantamento de informações
De acordo com Hélvio Mariano, membro titular da comissão, 11 Seções Sindicais já enviaram relatos e algumas apresentaram trabalhos já desenvolvidos. “Podemos citar a Adunifesp e a Adufes, onde os trabalhos estão avançados. Porém, a maior parte das Seções que responderam ao questionário ainda busca consolidar suas Comissões, seja ela de forma integrada com a instituição ou comissões próprias. Mas avaliamos que é um processo longo e o fato de 11 Seções já terem respondido mostra que o caminho que trilhamos é correto”, diz.
Sobre os levantamentos já feitos pela Comissão da Verdade do ANDES-SN, ele conta que uma pesquisa nos arquivos digitais do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), disponibilizados para consulta pela internet, mostra que o Sindicato foi vigiado pelo menos até 1984. “Mesmo antes de ser fundado, o Andes já era vigiado. Foi assim no seu primeiro encontro na SBPC e nas reuniões posteriores no final dos anos de 1970, todos acompanhados pelo DOPS. Além da Andes, várias seções sindicais foram vigiadas por órgãos da ditadura”, conta.
Segundo Hélvio, nos registros do DOPS de São Paulo aparecem, entre outras, informações sobre a Adusp, Adunicamp, Adunesp , Adurn, APES, Vale do Sinos, Adunimep, Aduferpe, Aduem, Aduferj, Apropuc, Adufmat, Adufes, Apufpr e demais associações que fizeram parte da fundação da Associação Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior – a Andes -, que após a Constituinte de 1988 ganhou caráter de Sindicato Nacional.
Continuidade dos trabalhos
Márcio de Oliveira ressalta que a continuidade da participação das Secretarias Regionais e das Seções Sindicais do ANDES-SN é funda mental, principalmente no apoio ao levantamento de informações, inclusive sobre as Comissões da Verdade existentes no país. “Encaminharemos uma circular solicitando que as Regionais que incorporem a pauta da Comissão nas reuniões e encontros com as Seções Sindicais”, exemplifica Márcio.
A próxima reunião da Comissão será feita em conjunto com o Grupo de Trabalho História do Movimento Docente (GTHMD), nos dias 24 e 25 de janeiro. No encontro, será preparado o relatório de atividades que a Comissão deve apresentar ao 33º Congresso, em fevereiro, conforme deliberação no 58º Conad.
Fonte: ANDES-SN