O Comitê de Mobilização pela Autonomia e contra a Intervenção na Universidade Federal da Paraíba, composto por entidades e coletivos de todas as categorias da comunidade acadêmica, realiza nesta quarta-feira (25/8), às 9h, um ato público em frente ao prédio da reitoria do campus I da UFPB, em João Pessoa.
Na ocasião, será apresentado à sociedade um dossiê sobre o processo de intervenção na universidade, documento que reúne fatos e comprova os danos da presença de um representante de Jair Bolsonaro na reitoria. O texto aponta situações graves, como repressão e censura, ataque a entidades representativas e movimentos, descaso com as condições de vida de estudantes e trabalhadores e gestão subordinada ao alinhamento ideológico com a extrema direita.
Tanto o ato público quanto a divulgação do dossiê fazem parte da agenda de atividades da Semana Nacional de Luta contra a intervenção nas Instituições Federais de Ensino, deliberada pelo Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), e conta com o apoio e participação da ADUFPB (Seção Sindical do Andes na UFPB).
“A adesão a essa atividade foi deliberada pela categoria docente na nossa última assembleia, realizada no dia 16 de agosto. É importante destacar que a comunidade universitária está unida e irá demonstrar todo o seu repúdio às ações antidemocráticas deste governo, expressas no processo de intervenção nas instituições de ensino, que sufoca o legítimo direito de professores, servidores e estudantes de escolher os seus reitores”, avalia o presidente da ADUFPB, Fernando Cunha.
Desde o início do governo de Jair Bolsonaro, mais de 25 instituições já sofreram intervenção do presidente na escolha de reitores e reitoras, com a nomeação de nomes não indicados pela comunidade acadêmica. Na UFPB, isso ocorreu em novembro do ano passado, quando Bolsonaro empossou o candidato menos votado na consulta feita à comunidade e com zero voto na formação da lista tríplice do Conselho Universitário (Consuni).
Atualmente, três universidades federais aguardam nomeações para suas reitorias – do Tocantins (UFT), de Santa Maria (UFSM) e de Goiás (UFG). Em outras dez, os mandatos de atuais reitores e reitoras vencem entre março e novembro de 2022. Ou seja, Bolsonaro ainda poderá interferir na escolha de reitores para as Federais de Minas Gerais (UFMG), do Oeste do Pará (UFOPA), do ABC (UFABC), do Sudoeste da Bahia (UFSB), de Santa Catarina (UFSC), do Acre (UFAC), da Bahia (UFBA), do Amapá (Unifap) e Fluminense (UFF).
AGENDE-SE
Ato público contra a intervenção na UFPB
Data: quarta-feira, 25 de agosto
Horário: 9h
Local: Entrada do prédio da reitoria no campus I da UFPB, em João Pessoa
Atenção: Na ocasião, o Comitê de Mobilização vai divulgar o Dossiê da Intervenção na UFPB