A comunidade acadêmica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) tem se manifestado contrariamente à intervenção do governo federal na instituição ao não nomear o primeiro nome da lista tríplice, Ricardo Berbara, escolhido para a gestão 2021-2025.
No dia 31 de março deste ano, foi publicada, no Diário Oficial da União (DOU), a portaria com a nomeação do professor Roberto de Souza Rodrigues para exercer o mandato de reitor na instituição. Roberto era pró-reitor de Planejamento do ex-reitor Ricardo Berbara.
O mandato do antigo reitor, Ricardo Berbara, expirou no último no dia 27 de março deste ano e a UFRRJ encaminhou ao Ministério da Educação (MEC), no devido tempo, a lista tríplice elaborada pela instituição, nos termos da lei. Após análise, o MEC encaminhou o processo à Casa Civil da Presidência para proceder à intervenção.
No mesmo dia da nomeação, uma plenária virtual reuniu 390 pessoas da universidade. As e os participantes entenderam que o reitor nomeado não é um interventor, mas que a ação do governo federal representa um ataque à autonomia da instituição. Por isso, vão continuar em campanha para que o primeiro colocado na consulta pública assuma a reitoria. Até lá, a comunidade exige que o docente participe da nova gestão.
A assembleia se posicionou pela adesão à campanha “Reitor eleito, reitor empossado”, que reúne o ANDES-SN, a Fasubra e mais de 20 instituições que sofreram intervenção nos últimos anos. Um comitê organizativo da campanha foi criado para dar visibilidade ao debate da democracia e da autonomia universitária.
As e os presentes também aprovaram incluir e somar forças na campanha já existente da inconstitucionalidade da lista tríplice (Lei nº 9.192/1995), construir ato virtual, na próxima plenária, em defesa da Campanha, convidando mais entidades do Rio de Janeiro e outras que estejam, ou já estiveram, na mesma situação. Também serão produzidos vídeos com depoimentos de apoio ao movimento.
Em nota, assinada pela Associação dos Docentes da UFRRJ (ADUR-RJ Seção Sindical do ANDES-SN), o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFRRJ (SINTUR-RJ) e o Diretório Central dos Estudantes da universidade (DCE-UFRRJ), as entidades afirmam se tratar “de mais um ato de ataque à autonomia universitária, à democracia, à educação, à ciência e à tecnologia, por parte de uma Presidência da República que se notabiliza pelos ataques contra o serviço público, pela entrega do patrimônio nacional, pela destruição do meio ambiente e pelo negacionismo e omissão genocida no contexto da atual pandemia”. A nota conta com o apoio de mais de 40 entidades e movimentos estudantis, sociais e populares.
Consulta pública
A UFRRJ finalizou no dia 26 de novembro do ano passado a Consulta Pública Virtual para a escolha da nova gestão administrativa para o mandato 2021-2025. O resultado das urnas apontou a vitória da Chapa 2 – “UFRRJ É AGENTE”, encabeçada pelo então atual reitor da instituição, Ricardo Berbara, com 3.993 votos. Desde então, servidoras, servidores e estudantes pressionam e exigem que o reitor eleito pela comunidade tome posse imediatamente.
Com informações das seções sindicais ADUR-RJ e Adufrj
Fonte: Andes-SN