No dia 02 de fevereiro de 2022, em matéria publicada pelo “Giro da Arquivo” – boletim de notícias do Programa de Aperfeiçoamento, Pesquisa e Estudos em Arquivos (PAPEARQ) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) -, veio a público a informação da existência de determinação judicial para a “anonimização” de partes do relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV). Na prática isto significa a ocultação neste relatório do nome de muitos indivíduos que a Comissão identificou por serem responsáveis por graves violações de direitos humanos praticadas durante a ditadura.
Por este motivo o projeto História da Ditadura acaba de divulgar um Mural da Verdade, uma lista com o nome de 377 perpetradores citados no relatório da CNV. Divulgou também uma Carta Aberta ao Conselho Nacional de Arquivos (Conarq), subscrita por diversos pesquisadores, professores, e especialistas na área de História e Memória como também de diversas áreas da sociedade civil, solicitando a intervenção do órgão neste caso.
“Em outras palavras, uma tarja preta sobre o nome de um familiar não muda o que, de fato, ele fez durante a ditadura. Por isso, em tempos de crescente negacionismo histórico, com o apoio de algumas instituições do Estado, publicizar a responsabilidade desses indivíduos nas graves violações de direitos humanos praticadas durante a ditadura se torna uma necessidade contra a imposição do silêncio.”