Em reunião extraordinária realizada na manhã desta quinta-feira (16/7), por solicitação do Comando de Greve dos Professores/ADUFPB, o Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da UFPB aprovou por unanimidade a suspensão do calendário acadêmico 2015.1. Com isso, todas as atividades acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão estão suspensas até o fim da greve. A decisão é retroativa a 28 de maio, quando teve início a paralisação na UFPB.
O Consepe aprovou também a proposta da ADUFPB de emitir um posicionamento oficial a respeito dos cortes que vêm sendo realizados nos recursos das universidades federais de todo o país. O documento será emitido depois de um balanço geral dos principais prejuízos que a UFPB está enfrentando.
De acordo com a professora Ariane Norma de Menezes Sá, pró-reitora de Graduação, que presidia a mesa na reunião desta quinta-feira, o Ministério do Planejamento cortou 10% das despesas de custeio e 47% das despesas de capital/investimentos das universidades.
Durante a reunião do Consepe, o presidente da ADUFPB, Jaldes Reis de Meneses fez uma explanação dos motivos que levaram o Comando Local de Greve a solicitar a suspensão do calendário. Ele lembrou que a greve foi decidida pela categoria na maior assembleia já realizada na UFPB, reunindo mais de 700 docentes.
Segundo Jaldes, a mobilização se justifica do ponto de vista salarial, uma vez que os professores federais vêm sofrendo perdas ano a ano, porém essa não é a única bandeira de luta. Os professores também protestam contra os cortes nos orçamentos da educação. “Vivemos um momento de crise. Dos R$ 69 bilhões em cortes anunciados pelo governo, R$ 9 bilhões serão retirados das universidades. Além disso, foi anunciado recentemente uma redução de R$ 780 milhões na verba de custeio da pós-graduação”, relata.
O presidente da ADUFPB lembrou que, no inicio do movimento, o Conselho Superior da UFPB (Consuni) declarou apoio ao movimento e o considerou justo. Agora, segundo ele, existe a necessidade de uma posição do Consepe a respeito do calendário acadêmico, considerando que a greve é um fato real e a maior parte da atividade docente na universidade está parada.
Jaldes Meneses lembrou que não só os professores estão parados, mas também os servidores técnicos-administrativos. “Departamentos não funcionam, a biblioteca central e as bibliotecas setoriais estão fechadas, os laboratórios também. Que qualidade de ensino estamos oferecendo sem biblioteca e sem laboratório?”, questionou.
Fonte: Ascom ADUFPB