A Coordenação Nacional da CSP-Conlutas se reuniu nos dias 19, 20 e 21 de agosto, em São Paulo (SP), para debater a conjuntura nacional e internacional, e atualizar as linhas de ação para a construção da greve geral contra a retirada de direitos e o ajuste fiscal. A CSP-Conlutas listou, entre suas prioridades, a luta contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/16, o Projeto de Lei Complementar (PLP) 257/16, os projetos do Escola Sem Partido, além de reafirmar a necessidade de realização de uma auditoria da dívida pública.
Na sexta (19), a reunião iniciou com o debate sobre conjuntura internacional, com João Ricardo do Ilaese, Francisco Nicolás Bravo Herrera, da CNTE do México, e André Ferrari. Em seguida, foi realizado um diagnóstico da campanha contra as demissões e perseguições de dirigentes e ativistas. A manhã de sábado (20) foi dedicada a resgatar a trajetória de luta da Central desde sua origem, em 2004, no Encontro Nacional contra a Reforma Sindical e Trabalhista, que originou a Conlutas, fundada em 2006. Um vídeo sobre os dez anos da CSP-Conlutas foi exibido aos presentes. À tarde, houve o debate de conjuntura nacional, com a presença de membros da Secretaria Executiva Nacional (SEN).
Já no início do domingo (21), foi exibido o vídeo da Caravana Tekohá II – Guarani Kaiowá, realizada em 10 e 11 de agosto pela CSP-Conlutas. O sindicalista Aníbal Cavali, um dos participantes da caravana, denunciou a emboscada sofrida pela liderança da aldeia Takuara no dia 15 de agosto, segunda-feira. Araldo Verón sofreu traumatismo craniano ao ser atacado por pessoas com correntes, paus e facas, denunciados pelos indígenas como jagunços de fazendeiros. “É importante que a Central se solidarize e divulgue cotidianamente a luta dos Guarani Kaiowás”, reforçou Cavali, ressaltando a violência com a qual são tratados os povos indígenas.
Em seguida foram apresentados e aprovados os relatórios dos seguintes setoriais: LGBT, Mulheres, Campo, Educação, Serviço Público, Aposentados, Internacional, Petroleiros, Trabalhadores dos Correios e Categoria em Campanha Salarial.
Avaliação
Eblin Farage, presidente do ANDES-SN e uma das representantes do Sindicato Nacional na reunião em São Paulo, considerou que houve grandes avanços no encontro da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas. “A reunião avançou porque todas as entidades presentes fizeram grande esforço em busca da unidade para conseguir aprovar uma linha unitária de ação”, avaliou a docente.
A presidente do ANDES-SN ressalta que as entidades presentes reafirmaram a necessidade de construção de uma greve geral no país, o que ficou expresso na nova consígnia da CSP-Conlutas aprovada na reunião: “Greve Geral já! Por emprego e salário, contra o ajuste fiscal e a retirada de direitos”. Como forma de impulsionar essa construção, a Central irá empenhar suas forças na organização da Caravana Nacional com acampamento em Brasília nos dias 12, 13 e 14 de setembro, organizada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), com o intuito de pressionar os parlamentares para que votem contra a PEC 241/16 e o PLP 257/16 – projetos que retiram investimentos dos serviços públicos em detrimento do pagamento de juros e amortizações da dívida pública.
Confira abaixo as deliberações da reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas:
– Contra as Reformas da Previdência e Trabalhista; Não ao PLP 257 e PEC 241; Não ao projeto Escola sem Partido; impulsionar a campanha Escola sem Mordaça;
– Não às demissões e ao desemprego. Redução da jornada para 36h, sem redução salário. Extensão do seguro desemprego para um ano;
– Não à carestia, controle e congelamento dos preços da cesta básica e tarifas públicas;
– Contra a política de conciliação de classe, pela auditoria da Dívida Pública Auditoria e suspensão imediata do pagamento da dívida;
– Prisão e confisco dos bens de todos os corruptos e corruptores;
– Reforma agrária sob o controle dos trabalhadores;
– Plano geral de obras públicas para construção de moradia popular, hospitais, creches e escolas;
– Fim dos Despejos. Redução e Congelamento dos preços dos aluguéis;
– Salário igual para trabalho igual. Chega de assedio aos setores oprimidos;
– Basta de genocídio da população negra. Desmilitarização da PM;
– Unir os trabalhadores contra a violência à mulher, o feminicídio e os estupros;
– Pela criminalização da LGBTTIfobia.
Com informações e imagem de CSP-Conlutas.
Fonte: ANDES-SN