Trabalhadores realizaram na manhã desta terça-feira (28/3), no Parque da Lagoa, em João Pessoa, o “enforcamento” de 11 dos 12 deputados federais da Paraíba. O ato simbólico teve como objetivo demonstrar repúdio ao apoio dos parlamentares ao Projeto de Emenda Constitucional 287, que propõe a reforma da Previdência Social.
Organizado pelo Fórum Paraibano em Defesa da Previdência, a atividade chamou a atenção das pessoas que circulavam pelo parque durante a manhã. Foram “enforcados” os deputados André Amaral (PMDB), Aguinaldo Ribeiro (PP), Benjamin Maranhão (SD), Damião Feliciano (PDT), Efraim Filho (DEM), Hugo Motta (PMDB), Pedro Cunha Lima (PSDB), Rômulo Gouveia (PSD), Veneziano Vital do Rêgo (PMDB), Wellington Roberto (PR) e Wilson Filho (PTB). Apenas o deputado Luiz Couto, que vem se declarado contra a reforma, ficou de fora do protesto.
A ADUFPB é uma das entidades que integram o Fórum Paraibano em Defesa da Previdência e participou de toda a organização do ato público. De acordo com o presidente do sindicato, Marcelo Sitcovsky, a PEC 287 vai permitir situações como a existência de pensões e aposentadorias com valores abaixo do salário mínimo.
“Essa é uma realidade que nós já conhecemos dos anos 80 e 90 e multiplicou a situação de miséria em todas as partes deste país. Portanto é urgente defender uma posição contrária a essa reforma e exigir dos parlamentares da bancada paraibana que votem contra essa PEC”, declarou.
Ele destaca também que a reforma do governo Temer propõe que o trabalhador só possa se aposentar ao completar 65 anos. Porém, se ele quiser receber 100% da média de suas contribuições, terá que contribuir ininterruptamente por 49 anos. Portanto, o trabalhador que teve carteira assinada aos 21 anos só poderá se aposentar recebendo o valor integral aos 70 anos. E isso apenas se nunca tiver deixado de contribuir com o INSS, como acontece quando o profissional fica desempregado.
“Nessas condições, o trabalhador efetivamente não terá direito à aposentadoria, pois no Norte e Nordeste, a expectativa de vida é inferior a isso. E é importante que se diga que os trabalhadores do campo e as mulheres são o alvo direto dessa reforma, os que terão seus direito mais agredidos”, declarou Sitcovsky.
Fonte: Ascom ADUFPB