A próxima sexta-feira, 10 de novembro, será de mobilização, protestos e paralisação em todos os Estados do país. Trabalhadores, estudantes, movimentos sociais irão às ruas para dizer “não!” à mudança nas leis trabalhistas, ao congelamento dos investimentos públicos por 20 anos, ao Programa de Demissão Voluntária de servidores públicos e à Reforma da Previdência.
O dia 10 de novembro não foi escolhido à toa. A data é véspera do início de vigência da Lei 13.467/2017, que modifica a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e extingue direitos históricos conquistados pelos trabalhadores brasileiros ao longo das últimas décadas.
Na capital paraibana, os manifestantes farão concentração em frente ao Liceu Paraibano, a partir das 14h. Às 16h, eles seguirão em marcha pelas ruas do Centro. Os professores da UFPB já anunciaram adesão ao movimento. A decisão foi tomada na rodada de assembleias realizada nos dias 17 e 18 de outubro nos campi de João Pessoa, Areia, Bananeiras e Litoral Norte.
Em João Pessoa, as aulas serão paralisadas. Nos demais campi, haverá atividades de mobilização, como palestras e panfletagem. Além dos professores, os servidores técnico-administrativos da UFPB também anunciaram adesão ao movimento. Em assembleia realizada na terça-feira (7/11) eles aprovaram paralisação das atividades no dia 10 de novembro.
As atividades de mobilização na Paraíba estão sendo organizadas pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), CSP-Conlutas, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Nova Central Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo.
Construção do movimento
O Dia Nacional de Luta começou a ser construído após uma grande Plenária Nacional realizada no dia 29 de setembro, em São Paulo, pelo Movimento Brasil Metalúrgico e pelas Centrais Sindicais de todo o país. Essa é mais uma ação em defesa dos direitos sociais e contra as agressões da reforma trabalhista do governo Temer.
Cerca de 1.500 pessoas estiveram presentes, numa demonstração de unidade e disposição de luta. A principal resolução do encontro foi a aprovação de um manifesto conjunto e a definição do novo dia nacional de mobilizações em 10 de novembro.
Estavam representadas as principais categorias de metalúrgicos do país, que integram a Campanha Brasil Metalúrgico, movimento que deu início à luta unificada para impedir a aplicação da Reforma Trabalhista e a retirada de direitos nas campanhas salariais do setor metalúrgico neste ano.
Trabalhadores de outros setores como petroleiros, trabalhadores da indústria química, naval, alimentação, metroviários, eletricitários, construção civil, dos Correios, aposentados, entre outros, enviaram representantes à plenária, assim como o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e dos auditores fiscais do trabalho.
O tom da atividade foi de denúncia da gravidade dos ataques impostos pelo governo Temer e pelo Congresso Nacional aos trabalhadores. Lembrou-se, por exemplo, que a Reforma Trabalhista foi praticamente elaborada pelos empresários do país e são exigências históricas do patronato.
Na fala dos dirigentes, foi unânime a defesa da unidade e da luta para impedir que o desmonte dos direitos trabalhistas, permitido pela reforma, seja posto em prática a partir de novembro. Estiveram representadas as centrais sindicais CSP-Conlutas, CUT, Força Sindical, Intersindical, CGTB e CTB.
Segundo o presidente da ADUFPB, professor Marcelo Sitcovsky, é importante ressaltar que o governo Michel Temer, que aprovou a reforma trabalhista, o projeto de terceirização e pretende aprovar uma reforma da Previdência que retira e ataca direitos históricos dos trabalhadores, é o mesmo governo que corta e contingencia verbas para o ensino superior público, privilegiando a iniciativa privada, e precariza o desenvolvimento do conhecimento e da ciência e tecnologia no país.
Ele afirma que os cortes de verba feitos pelo governo nos ministérios de Ciência e tecnologia e da Educação têm representado a ampliação da precarização das condições de trabalho nas universidades federais brasileiras. “Por isso, temos que nos organizar e colocar nas ruas a nossa insatisfação”, conclui, convocando os docentes a se juntarem à luta.
Fonte: Ascom ADUFPB e CSP-Conlutas