Desde a apresentação do programa “Future-se” – projeto do Ministério da Educação para privatização da Educação Pública e Gratuita – a comunidade universitária vem se mobilizando em todo o país realizando debates, assembleias e atos.
Docentes, estudantes e técnicos-administrativos têm se reunido para aprofundar o debate sobre o desmonte da Educação Pública Federal e as formas de luta para barrar esse projeto. Confira algumas das atividades já realizadas ou programadas pelas seções sindicais do ANDES-SN.
Paraíba
Na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a reitoria convocou uma assembleia universitária nessa segunda (22) para discutir o projeto. Uma multidão compareceu ao local, o que inviabilizou a realização da atividade no local previsto. A diretoria da ADUFPB SSind. ofereceu as condições de realizar plenária unificada no Centro de Vivência. O espaço foi totalmente ocupado por estudantes, professores e técnico-administrativos.
A reitora Margareth Diniz, que convocou a assembleia, apresentou o programa e já antecipou que se posicionará contra as mudanças. Servidores da reitoria apresentaram mais detalhes do Future-se através de slides. A assembleia universitária foi realizada também nos campi de Areia e Bananeiras, no dia 24 de julho, e a resposta da comunidade foi a mesma: total rejeição ao projeto do governo Bolsonaro.
Para mobilizar a categoria docente, a ADUFPB está realizando várias atividades, como reuniões nos centros de ensino para discutir tanto o programa Future-se, quanto o projeto de reforma da Previdência. A Diretoria já passou pelo Centro de Ciências Exatas e da Natureza (no dia 23/7) e pelo Centro de Ciências da Saúde (dia 24/7). Já estão agendas reuniões nos centros de Educação (dia 30, a partir das 10h) e de Tecnologia (dia 1º de agosto, às 9h30).
Nesta segunda-feira (29/7), a ADUFPB realiza, ainda, reuniões da Diretoria Executiva da seção sindical com os aposentados, no período da manhã, e com os diretores de centro da universidade, à tarde.
Cuiabá
Em Cuiabá, a comunidade da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) realizou, na segunda-feira (22), um ato no entorno da instituição contra o Future-se. A ideia foi chamar a atenção da população mais uma vez para os riscos que a universidade corre a partir das sugestões de intervenção na administração e privatização. Além do ato público, no mesmo dia a comunidade acadêmica se reuniu na Adufmat Ssind. para estudar o projeto “Future-se”, já apelidado “Fature-se”. Outros protestos e reuniões estão previstos para os próximos dias.
Maranhão
Na Federal do Maranhão, a Apruma SSind. realizou, no dia 16, uma reunião da Comunidade Universitária contra o Desmonte das Universidades Públicas. Outro encontro está previsto para essa terça (23), para organizar a greve da educação, marcada para 13 de agosto. Também na Federal do Amapá, o Sindufap SSind. do ANDES-SN realizou uma reunião ampliada para estudar o programa.
Rio Grande Sul
Na Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, a Sedufsm SSind. realizou assembleia na última quinta (18), na qual foi aprovado indicativo de greve por tempo indeterminado contra o desmonte da universidade pública. A decisão será levada para discussão na reunião do setor das Federais do ANDES-SN, marcada para este sábado (27), em Brasília.
No dia 22 de julho, a Aprofurg SSind convidou a comunidade universitária da Federal do Rio Grande para uma reunião do Comitê Local de Mobilização (CLM). Na pauta, o debate sobre o “Future-se”, que aprofunda o processo de privatização dentro das instituições de ensino público federais. No Instituto Federal do Rio Grande do Sul, o SindoIF RS SSind. também realizou assembleia geral na segunda para discutir os ataques à Educação Pública e organizar luta local. Estiveram presentes docentes, técnicos e discentes de diversas organizações sindicais e estudantis.
Na Federal do Rio Grande do Sul, o ANDES/UFRGS convocou Plenária de Mobilização Docente para a próxima quarta-feira (31). A pauta inclui a construção da greve do dia 13 de agosto e organização da resistência à privatização do ensino superior e à votação da Reforma da Previdência em segundo turno, prevista para 6 de agosto.
Pelotas
Na Federal de Pelotas, a Comissão de Mobilização da comunidade da UFPel está organizando uma agenda de mobilização para fortalecer a construção da greve de 13 de agosto. A decisão foi aprovada em assembleia geral da comunidade acadêmica ocorrida no dia 18 de julho. O grupo se reuniu ontem (22) e continuará se encontrando periodicamente para articular ações relacionadas à defesa da educação pública. A próxima reunião acontece na quinta-feira (25) às 17h.
Sergipe
No dia 22 de julho, aconteceu uma reunião de mobilização na Universidade Federal do Sergipe (UFS), com presenta de representantes da Adufs SSind, Sintufs, Sindfisco, CSP Conlutas, Sinasefe, CTB e Frente Brasil Popular. Nessa terça, as entidades realizam no início da noite uma Plenária estudantil, sindical e popular para discutir a mobilização em defesa da educação e contra a reforma da Previdência.
Uberlândia
Em Uberlândia, a comunidade universitária também está mobilizada. A Adufu SSind. participou de reunião para debater o novo programa do Ministério da Educação. Além disso, a Comissão de Mobilização realizou uma reunião ampliada com a categoria para discutir as atividades do dia 06 de agosto (contra a Reforma da Previdência) e do dia 13 de agosto (Greve Nacional da Educação). A próxima reunião ampliada ocorrerá na segunda (29).
Paraná
No dia 23, também se reuniram os docentes da Universidade Federal do Paraná (Apufpr SSind), da comunidade acadêmica da Federal de Santa Catarina e também da Federal de Juiz de Fora (Apes JF SSind). Em todos os encontros, foram discutidos os ataques à educação federal, estratégias de enfrentamento e ainda a organização da greve prevista para o dia 13 de agosto.
Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, representantes da Regional Rio do ANDES-SN se reuniram no dia 22 com representantes das seções sindicais do ANDES-SN no estado, do movimento estudantil e da Fasubra para discutir a organização da luta no RJ.
Na Federal Fluminense, a Aduff SSind realizou assembleia geral centralizada no dia 25. Além do Future-se, os docentes da UFF irão discutir a Greve Nacional da Educação (13/8) e a participação na Marcha das Margaridas (14/8).
Amazonas e Espírito Santo
Também no dia 25, reuniram-se os docentes da Federal do Amazonas (Adua SSind) e da Federal do Espírito Santo (Adufes SSind). Na pauta das reuniões estão o programa Future-se e as estratégias para ações de mobilização, entre elas, organizar a greve de 13 de agosto.
Avaliação
Jacqueline Lima, 2ª secretária do ANDES-SN, ressalta que desde o anúncio da intenção do governo em apresentar o programa, a comunidade universitária está se mobilizando e o ápice será a greve nacional da educação, agendada para 13 de agosto. Durante a realização do 64º Conad do ANDES-SN foram divulgadas informações na imprensa sobre a proposta.
“O Future-se para nós representa um ataque à autonomia universitária e uma proposta clara de desmonte e privatização das universidades, não só no contexto da questão de contratação de docentes e técnicos-administrativos, mas também uma forma, inclusive, das instituições federais serem subordinadas a empresas e a entidade, que querem lucrar com a produção do conhecimento na universidade pública. Isso fica bem evidenciado nesse programa. Hoje, as diferentes universidades e institutos estão realizando debates e se organizando para barrar esse projeto”, explica Jacqueline.
A diretora do Sindicato Nacional conta que esse é o período de rodada de assembleias nas seções sindicais para deliberar sobre a paralisação nacional – o dia nacional de greve da educação – em 13 de agosto. “Então, esse tema [o Future-se] está sendo colocado na pauta das assembleias. Nós teremos também nesse final de semana, nos dias 27 e 28, a reunião conjunta dos setores das Federais, Estaduais e Municipais (Ifes e Iees/Imes) do ANDES-SN, que vai debater, entre outros, mais esse ataque do governo e a possibilidade de mobilização para a construção de uma greve do setor da educação federal”, acrescenta.
Jacqueline ressalta ainda que, além do Future-se, as seções sindicais seguem se debruçando sobre o corte no orçamento das IFE, que deve inviabilizar o funcionamento de muitas instituições a partir do segundo semestre. “Várias instituições já vêm anunciando que não conseguirão funcionar após as férias. É uma situação de penúria, que vem sendo construída também na perspectiva de ‘forçar’ os gestores a aderirem às propostas do governo”, acrescenta.
Mobilização em Brasília
No dia de apresentação do “Future-se” à imprensa (17), a diretoria e o Comando de Mobilização do ANDES-SN estiveram na porta do INEP, para protestar contra o programa. Os docentes realizaram panfletagem alertando para as inconsistências e inconstitucionalidades do programa, conversaram com trabalhadores do MEC, com reitores e pró-reitores para o evento. O Sindicato Nacional também cobrou posicionamento da Andifes – entidade representativa dos reitores das universidades federais.
No dia anterior (16), os docentes também participaram, junto com estudantes e técnico-administrativos de atividade em frente ao MEC. O ato foi reprimido com violência pela política militardo Distrito Federal.
Fonte: Andes-SN