A situação atual e o que deve ser feito para que o movimento docente avance na conquista de suas pautas específicas, mas, também, na construção de um movimento classista e popular foram os centros do debate da última plenária do primeiro dia (16.01) do 31º Congresso do ANDES-SN.
As discussões foram realizadas em torno dos textos “Movimento docente e conjuntura”, apresentado pela diretoria do ANDES-SN, e “Mobilizar e organizar para enfrentar a crise”, elaborado pela Associação dos Docentes da Universidade Federal Fluminense (Aduff – Seção Sindical).
O texto apresentado pela diretoria do ANDES-SN fundamentou a proposta de que a centralidade da luta em 2012 seja dirigida para a valorização do trabalho docente, a qualidade do ensino e a defesa do ANDES-SN a partir da intensificação da organização de base e da unidade classista.
Foi debatido se a conjuntura atual é propícia, ou não, para o fortalecimento da classe trabalhadora. Para Mauro Iasi, da Adufrj – Seção Sindical, a crise é um momento difícil para aqueles que apostam no caminho socialista. “A burguesia brasileira conseguiu o apassivamento da sociedade brasileira, o que é muito ruim para nós”, afirmou.
Já José Vitório Zago, da Adunicamp – Seção Sindical, avaliou que dirigir a classe trabalhadora é um desafio hercúleo. “ANDES-SN e a CSP-Conlutas fizeram um esforço muito forte, mas as construções que fizemos foram perdedoras. O PT se aliou à burguesia nacional, mas, infelizmente, ainda tem a confiança da classe trabalhadora”, afirmou.
Diante dessa realidade, é muito fraco apostar que o ANDES-SN se constituirá em uma força messiânica que direcionará o movimento classista só pela justeza e clareza de seus propósitos. “Se quisermos ser referência na luta de classes, temos de ser referência na luta por uma universidade pública de qualidade. Temos de nos apropriar das mediações específicas, capazes de transformar a educação, para que possamos ser relevantes na luta de classes. E hoje, a luta pela educação pública de qualidade é uma luta pelo socialismo”, defendeu.
A unidade do ANDES-SN foi defendida por Luiz Blume, da Adusc – Seção Sindical. “Não existe um sindicato das universidades federais e outro das estaduais. Somos um só. A defesa da universidade pública é uma só”, afirmou. Ele afirmou que apesar das investidas do Proifes, o ANDES-SN não vai sair da Bahia. “O Fórum das ADs não vai deixar”, garantiu.
Os números do 31º Congresso
Ao final do primeiro dia do encontro, a secretaria do 31º Congresso encerrou as inscrições e consolidou em 407 o número total de participantes, sendo 323 delegados, representando 66 seções sindicais, 45 observadores, 4 convidados e 35 diretores.
Fonte: Andes