O Comando Nacional de Greve (CNG) do ANDES-SN divulgou em seu último comunicado (n°46), publicado no dia 11, uma avaliação sobre a saída unificada da greve dos docentes federais, que ocorrerá durante esta semana (13 a 16). O comunicado também aponta os próximos passos da luta em defesa da educação pública, entre eles a construção do Outubro de Lutas do Espaço de Unidade de Ação e a realização de atos na quinta-feira (15).
Segundo o comunicado, a greve dos docentes federais, que durou mais de quatro meses, foi um importante instrumento para expor e impedir o avanço da destruição de um dos maiores patrimônios da sociedade brasileira – as Instituições Federais de Ensino (IFE). A conjuntura de ataques aos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários, assim como o desmonte do serviço público, com cortes no orçamento e ameaça de contratações via Organizações Sociais, foi palco para a construção da greve dos docentes federais, último recurso encontrado diante também da intransigência do governo federal e dos cortes impostos no orçamento da educação, desde o início de 2015.
O CNG ressalta a importância da continuidade da mobilização da categoria, em conjunto com as demais categorias de Servidores Públicos Federais (SPF) – por meio do Fórum das Entidades Nacionais dos SPF (Fórum dos SPF) – e com os trabalhadores do setor privado e a juventude. Assim, o comunicado traz como encaminhamentos uma agenda de atividades para manutenção da mobilização.
O CNG do ANDES-SN encaminhou a realização de atos e manifestações nas IFE no Dia do Professor, 15 de outubro (quinta-feira), em defesa da educação pública e gratuita, para cobrar do governo federal a resposta à pauta da categoria. Também foi encaminhada a participação dos docentes federais na jornada Outubro de Lutas, deliberado durante o Encontro de Lutadoras e Lutadores, realizado em setembro, com mais de 1200 participantes. Confira aqui algumas das atividades já programadas aqui.
Paulo Rizzo, presidente do ANDES-SN, reafirma que a greve se impôs como uma necessidade para reagir aos ataques que as IFE vem sofrendo e para forçar as negociações com o governo. Rizzo destaca que o fim da greve deve ser acompanhado de mobilização da categoria para impedir o desmonte das instituições federais e dos serviços públicos. “A saída unificada da greve foi aprovada nas assembleias, e ela não significa abrir mão da lut. Ao contrário, nós não chegamos a um acordo, as assembleias rejeitaram a proposta do governo de reajuste por dois anos, abaixo da inflação. Continuamos cobrando negociação com o governo e ao mesmo tempo buscando manter a unidade com os SPF na luta contra as medidas que o governo vem tomando contra o serviço público”, diz o docente.
O presidente do ANDES-SN reforça ainda a importância da realização das manifestações nas IFE no Dia do Professor. “Neste dia 15, estaremos nos manifestando em todo o país em repúdio aos cortes na educação e também exigindo abertura efetiva de negociações com o governo, porque até agora o governo não negociou de fato”, completa Rizzo, pontuando também que o Setor as Ifes do ANDES-SN se reunirá no final do mês (30 e 31) para discutir uma agenda de continuidade da luta.
No comunicado 46, o Comando Nacional de Greve divulgou ainda uma Carta à Sociedade Brasileira, na qual explicam as circunstâncias que levaram à construção da saída unificada da greve dos docentes federais, que durou 139 dias. Ao final da carta, os docentes reafirmam que “seguiremos firmes na defesa de nossas bandeiras históricas, agradecemos o apoio obtido e conclamamos a todas e todos a se incorporarem a essa luta que não é só dos docentes, mas daqueles que desejam um país mais justo e igualitário e uma educação pública, gratuita e de qualidade para toda a população”. – Leia a Carta do Comando Nacional de Greve à Sociedade Brasileira
Confira a íntegra do Comunicado 46 do CNG.
Fonte: ANDES-SN