Docentes das instituições federais de ensino (IFE) realizaram, na quinta-feira (16), atos públicos em diversas regiões do país contra os cortes no orçamento e por mais investimento na Educação Pública. O “Dia Nacional contra os cortes no orçamento e por mais investimento público na Educação Pública”, definido pelo Comando Nacional de Greve (CNG), teve como objetivo pressionar as reitorias a se posicionarem em relação ao corte de verbas, que tem inviabilizado a atividade acadêmica nas instituições, e também denunciar para a população a situação de precarização das Instituições Federais de Ensino (IFE), agravada pelo ajuste fiscal. A greve dos docentes federais teve início no dia 28 de maio, e já conta com a adesão de 41 instituições. Confira algumas das ações realizadas:
No Rio de Janeiro, docentes, técnico-administrativos e estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) realizaram um ato público na Cinelândia, região central da capital fluminense, para alertar a população contra os cortes no orçamento da Educação e a precarização das instituições públicas de ensino. No local, a comunidade acadêmica desenvolveu atividades como debates, palestras, instalações, aulas públicas, oficinas, saraus de poesia e exibição de filmes. A atividade também contou com o apoio das comunidades do Colégio de Aplicação e da Escola de Educação Infantil da UFRJ.
Na Universidade Federal Fluminense (UFF), a comunidade acadêmica se reuniu no gramado da reitoria da instituição para pressionar o reitor da universidade, Sidney Mello, a negociar a pauta de reivindicações com os representantes dos Comandos de Greve dos três segmentos. Durante a reunião foram desenvolvidas atividades culturais, como um piquenique e oficinas sobre Educação e Filosofia e outra para discutir o corte de verbas nas instituições.
Na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o Comando Local Unificado de Greve (Clug), promoveu uma intervenção na entrada principal do campus da instituição. Docentes, técnicos e estudantes realizaram uma performance intitulada “Auto dos 30 Dias”, em referência aos 30 dias de greve, com alguns símbolos fúnebres. Os manifestantes utilizaram caixões para denunciar o fim de importantes programas para o ensino público de qualidade e encenaram papeis de zumbis para representar os professores que não aderiram ao movimento paredista.
No Piauí, professores do Instituto Federal de Educação do estado (Ifpi) promoveram aula pública em praça central de Teresina (PI). Eles criticaram os cortes de verbas na educação e a falta de reposição salarial. De acordo com os docentes, com o corte, bolsas dos estudantes estão atrasadas, visitas técnicas foram canceladas e faltam equipamentos. O ato contou com a participação dos estudantes.
Docentes da Universidade Federal do Acre (Ufac) entregaram um documento ao reitor da instituição cobrando um posicionamento público em relação aos cortes no orçamento das universidades federais, além de documentos referentes aos contratos com as empresas terceirizadas da universidade e querendo saber informações sobre o número de trabalhadores terceirizados na Ufac. Em Campina Grande (PB), os docentes da UFCG realizaram ato público na Praça da Bandeira, no centro da cidade, contra os cortes e por mais investimentos em educação pública. No Amapá, os professores da Universidade Federal (Unifap) também realizaram ato em praça pública, com intervenções artísticas, para dialogar com a população local sobre os problemas aprofundados pelos cortes no orçamento da universidade.
O presidente do ANDES-SN, Paulo Rizzo, ressalta que esses atos são importantes e se inserem no processo da greve, no sentido de cobrar dos reitores que não escondam a realidade que vivem as Instituições Federais de Ensino e também denunciar para a população a situação de precarização das IFE, aprofundada pelos cortes no orçamento. “Os atos foram para exigir que os reitores tomem posicionamento firme no sentido de cobrar do Ministério da Educação que volte atrás nos cortes. Vamos continuar exigindo dos reitores para que mostrem a situação real das IFE e vamos cobrar da Andifes, que vai eleger nova diretoria em breve, que supere essa situação dos reitores ficarem, individualmente, com pires na mão pedindo dinheiro para o governo. Maquiar a situação que enfrentam as IFE é na verdade aceitar os cortes e deixar que a crise se aprofunde”, ressaltou.
*Fotos: Aduff SSind, Adufcg SSind., Adufrj SSind., SindIFPI SSind
Fonte: ANDES-SN