Ante os argumentos da nota publicada na pagina da UFPB e assinada pelo Gabinete da Reitora, sobre a adesão do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), a ADUFPB vêm, em respeito à comunidade, perguntar e expor o seguinte:
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Por que só agora a atual gestão afirma que tem que aderir à EBSERH, usando o argumento de que é uma imposição do governo federal?
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Por que não colocou essa premissa anteriormente, já que essa questão estava posta desde 2011, e, sempre foi rebatida pela atual gestão quando pleiteava a reitoria ao longo de todo o ano de 2012? (vide debates, vídeos e textos divulgados durante a campanha para a reitoria).
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Por que a Reitora não cumpriu o que havia acordado com a comunidade, fazendo um amplo debate nos Centros de Ensino, sobre a questão da adesão do Hospital Universitário Lauro Wanderley à EBSERH, já que se trata de um dos maiores patrimônios da instituição?
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Por que, somente na tarde de sexta-feira, dia 26 de abril de 2013, foi encaminhada a convocatória aos conselheiros do CONSUNI, sendo que alguns só foram informados, por telefone, na segunda-feira, dia 29 de abril, para uma reunião no dia 30, em pleno recesso escolar e véspera do dia internacional dos trabalhadores?
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Por que agora são tratados como “GRUPO” os estudantes, professores e servidores técnicos que estiveram ao lado da reitora e por várias vezes intervieram no processo e, naquela oportunidade, eram louvados como membros da comunidade, resistentes e lutadores pela democracia?
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Por que a reitoria chama de “minoria” os representantes estudantis, docentes e técnicos que estavam na reunião do CONSUNI respaldados por 5777 votos CONTRA A EBSERH, resultado do Plebiscito realizado na UFPB apenas uma semana antes da reunião do Conselho Universitário que causou todo esse estranhamento?
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Por que o uso de segurança ARMADA no local onde ocorreu a reunião do Conselho?
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Por que, sobre pretexto de considerar “atitudes inadmissíveis” a manifestação de estudantes, servidores técnicos e servidores docentes, a reitora encerrou a reunião na sala da SODS e, no mesmo dia, iniciou outra “reunião” a portas fechadas no seu gabinete?
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Por que para essa segunda “reunião” não foi seguido o prazo regimental de 72 horas para convocação?
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Por que para essa segunda “reunião” nem todos os conselheiros foram convocados?
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Por que foi proibida a entrada, ao local da “reunião” (inclusive com o uso de seguranças terceirizados), do presidente da ADUFPB e do presidente do SINTESPB?
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Por que uma conselheira, representante dos servidores técnicos, foi impedida de retornar à reunião, quando saiu para informar ao seu presidente sobre o que estava acontecendo a portas fechadas no gabinete da reitora?
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Por que a deliberação anterior do CONSUNI contrária à EBSERH (inclusive com a defesa da atual gestão), o resultado acachapante do plebiscito à comunidade universitária, a posição unânime das entidades de docentes, estudantes e técnico-administrativos, e todas as manifestações da sociedade civil em defesa da autonomia universitária e da manutenção do Hospital Escola como patrimônio da UFPB, foram solenemente desprezadas? (Aqui na UFPB foram 5.777 votos CONTRA a EBSERH e apenas 97 favoráveis. No plebiscito nacional foram 60 mil votantes CONTRA e menos de 3 mil a favor!)
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Por que os mais de 5.500 votos CONTRA A EBSERH são taxados de “uma minoria” e os 5.242 votos obtidos pela candidata Margareth no segundo turno da eleição para a reitoria são vistos como “ampla maioria”?
Acreditamos que todos esses “por quês” merecem uma reflexão da comunidade universitária e do CONSUNI.
Por parte da atual gestão, além da reflexão, em nome da democracia, transparência, legalidade e publicidade dos atos administrativos, esperamos que seja revista a decisão do CONSUNI, culminando com a anulação da reunião do último dia 30 de abril, em prol de um processo amplo de participação da comunidade universitária, e uma explicação sobre tantas mudanças de atitude em tão pouco tempo!
A ADUFPB reitera a disposição de continuar a luta contra a terceirização e em defesa da universidade pública, gratuita, autônoma e de qualidade.
A DIRETORIA.