Mais de 160 pessoas de diversos estados, de 62 entidades dos movimentos populares, sindical e estudantil, participaram na última sexta-feira (22), da plenária sindical e popular do Espaço de Unidade de Ação, realizada no Sindicato dos Metroviários em São Paulo (SP). No encontro foi reafirmada a necessidade da realizar um novo ato nacional unificado no primeiro semestre de 2016 e a construção de um bloco que defenda os direitos dos trabalhadores e fortaleça as lutas que estão em curso. Além da realização de uma manifestação no dia 1° de maio, no Dia do Trabalhador, de caráter classista e independente.
Segundo os participantes, a conjuntura enfrentada em 2015 não foi fácil para os trabalhadores, que sofreram as consequências das medidas de ajuste fiscal adotadas pelo governo, e de retirada de direitos. E para 2016, o anúncio de novas medidas como as reformas da previdência e trabalhista ameaça ainda mais estes direitos. Assim como o ataque patronal que tem se intensificado, com demissões, fechamento de empresas e tentativa de retirada de direitos, como forma de manter as margens de lucro das empresas.
Alexandre Galvão Carvalho, um dos coordenadores do Grupo de Trabalho de Política de Formação Sindical (GTPSF) do ANDES-SN, contou que a crise política e econômica no país deve se agravar em 2016 e que, diante deste cenário, foram definidas estratégias e ações que visam fortalecer as mobilizações contra os patrões e os governos. “É necessário mobilizar toda a classe trabalhadora contra esses ataques que vem sendo empreendidos, principalmente, na retirada de direitos. Além da manifestação no dia 1°de maio, iremos concentrar os nossos esforços para realizar um ato nacional contra as reformas da Previdência e Trabalhista, que ainda será discutido na reunião da coordenação nos dias 19 e 20 de fevereiro, nos moldes do que foi a Marcha Nacional dos Trabalhadores no dia 18 de setembro de 2015 em que reunimos 15 mil pessoas em São Paulo. Temos que mostrar a classe trabalhadora uma alternativa diferente a esses dois blocos que estão postos, que fomente a mobilização de massas, em contraposição ao governo e à oposição de direita”, disse.
Resistência
A plenária contou com a presença de muitos trabalhadores que já nos primeiros dias de 2016 mostraram que o ano será de luta: professores das universidades, metalúrgicos, mineiros, operários da construção civil, gráficos, servidores públicos federais e estaduais de várias áreas, estudantes secundaristas que ocuparam escolas em 2015 em São Paulo e que agora, neste ano, também estão nas ruas contra o aumento das tarifas.
Metalúrgicos da General Motors (GM), em greve, e da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) também tiveram destaque no encontro com suas lutas expressivas contra as demissões, ao Programa de Proteção do Emprego (PPE) e as perseguições a esses trabalhadores. Assim, como foi destacada a luta dos servidores públicos estaduais no parcelamento dos salários e no atraso de benefícios, e também contra a impunidade do crime socioambiental que ocorreu na cidade de Mariana (MG) no ano passado e que até hoje as empresas mineradoras Vale e Samarco não foram responsabilizadas.
Para o diretor do Sindicato Nacional, a resistência dos trabalhadores tem sido grande e o desafio do Espaço de Unidade de Ação é unificar cada vez mais essas lutas. “O Espaço de Unidade de Ação vem construindo um papel importante, para além da nossa Central, na perspectiva de unificar a classe trabalhadora e a juventude diante desta conjuntura em que nos encontramos de profundos ataques nos âmbitos federal, estadual e municipal”, afirmou.
Com informações da CSP-Conlutas
Fonte: ANDES-SN