Estudantes da UFPB estão acampados no hall da reitoria, em João Pessoa, para protestar contra a precariedade da situação alimentar e do abastecimento de água na instituição. Nesta sexta-feira (11), data em que se comemora o Dia do Estudante, representantes do movimento irão protocolar, às 14h, na Secretaria dos Órgãos Deliberativos da Administração Superior (Sods), uma carta-denúncia pontuando os problemas. A intenção é que esse documento vire pauta no Conselho Universitário (Consuni) e sejam deliberadas soluções.
A ADUFPB está acompanhando a mobilização e, na manhã desta sexta-feira, solicitou uma reunião com representantes da reitoria para cobrar melhorias na assistência estudantil. Segundo o presidente do sindicato, professor Cristiano Bonneau, atualmente, a universidade paga R$ 360 por mês em auxílio-alimentação para estudantes que não recebem auxílio-moradia e R$ 540 para aqueles que têm auxílio-moradia.
Os valores são estimados com base num preço médio de R$ 9 por refeição, bem abaixo do que hoje os Restaurantes Universitários da UFPB cobram dos alunos que não têm auxílio. Antes da reforma, o RU do campus I cobrava R$ 10,58 por refeição. Agora esse valor subiu para R$ 14,40. Em Rio Tinto, o restaurante do campus cobra ainda mais caro: R$ 16,99.
“Tendo em vista a insuficiência desse valor, que está muito aquém do necessário para garantir a segurança alimentar adequada, é urgente uma rediscussão da Pnaes [Política Nacional de Assistência Estudantil] e da política de permanência na UFPB”, avalia o professor Cristiano Bonneau.
A ocupação da reitoria começou no início da noite de ontem. No período da tarde, eles realizaram uma série de atividades no Centro de Vivência, com programação cultural, debates e roda de conversa. “A UFPB não está vivendo uma situação de normalidade. A nossa intenção é chamar a atenção e discutir o que está acontecendo aqui”, declarou o coordenador de Finanças e Patrimônio do Diretório Central dos Estudantes, João Victor Barbosa da Silva.
Segundo ele, até mesmo a questão do abastecimento de água para consumo humano na universidade está precário. “Os bebedouros possuem água insalubre e isso é de conhecimento da gestão. A água da residência universitária foi testada e o resultado desse teste nunca foi divulgado”, revela.
João Victor Barbosa cita ainda que os estudantes reclamam da qualidade das empresas que administram os restaurantes universitários. “É uma situação de conhecimento público. Há alguns meses, 20 alunos de Bananeiras chegaram a ser internados após comer no RU”, lembra. Ele destaca que a carta-denúncia dos estudantes é assinada não apenas pelo DCE, mas por todas as representações estudantis da universidade e é, portanto, uma construção coletiva, baseada em pautas urgentes.
Fonte: Ascom ADUFPB