A Escola de Educação Básica (EEBAS) da UFPB está remanejando parte da equipe para garantir a continuidade das aulas nas turmas do pré I, 1º ano e 4º ano. Os 38 alunos dessas três salas ficariam sem professor para concluir o semestre letivo porque encerrou no dia 30 de outubro o contrato temporário dos docentes que estavam à frente das turmas. Nesta segunda-feira (4/11), em reunião com a coordenação da escola e com pais de alunos, a reitora Margareth Diniz confirmou que as aulas iriam ser retomadas a partir desta terça-feira (5/11).
Em 2008, a antiga “creche-escola” da UFPB tornou-se Escola de Ensino Básico. Há anos ela vem sofrendo com a redução do quadro de pessoal por causa dos pedidos de aposentadoria e a falta de concurso público para compensar esses afastamentos. Os professores efetivos que hoje formam o quadro da Escola – e fazem parte da classe do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) – são, na maioria, redistribuídos de outros estados e dos ex-territórios.
Uma das formas de suprir a necessidade de professores é a contratação temporária. No caso dos três professores que precisaram se afastar na semana passada, não havia mais possibilidade de renovação do contrato.
Segundo a coordenadora da escola, Herbênia de Cássia Cruz Tavares, a solução encontrada foi remanejar parte da equipe. “A vice-coordenadora irá assumir a sala do pré I e a coordenadora pedagógica ficará com a turma do 1º ano”, explica. Quanto à sala do 4º ano, a ideia é remanejar uma das professoras das turmas com crianças de 2 anos.
“Para essa idade, temos duas professoras por turma, porque ainda há necessidades como dar banho e ensinar a usar o banheiro. Então importante ter duas pessoas”, explica Herbênia Tavares. Com o remanejamento, a escola deverá colocar um estagiário do Centro de Educação para auxiliar a turma de onde sairá a nova professora do 4º ano.
A coordenadora da EEBAS explica que as aulas precisaram ser suspensas quinta e sexta-feira (31 de outubro e 1º de novembro) para se definir os detalhes dessa mudança. “Temos que resolver a questão de uma forma responsável. Precisamos fazer o convite, realizar um planejamento da mudança, repassar o conteúdo para as novas professoras. A coordenadora Pedagógica precisou passar as questões administrativas para a coordenadora do Educação Infantil. Tudo isso graças ao compromisso dos profissionais com a escola e para não prejudicar as crianças nesse final de semestre”.
A partir desta terça-feira, segundo ela, todas as atividades estarão normalizadas. De acordo com Herbênia Tavares, a escola já vinha discutindo o assunto há alguns meses. “Realizamos reunião na reitoria e com o Centro de Educação (ao qual a EEBAS é vinculada)”, explicou. A ADUFPB esteve à frente de algumas dessas reuniões e vem buscando solução para os problemas que afetam a Escola de Educação Básica.
Com turmas de Ensino Infantil e Fundamental (do 1º ao 5º ano), a EEBAS atualmente possui 15 professores efetivos, atendendo a 167 crianças, filhos de professores, servidores técnico-administrativo, alunos da UFPB e moradores das comunidades próximas. Segundo Herbênia Tavares, o ano letivo 2013 está programado para se encerrar no dia 18 de dezembro. As aulas devem ser retomadas no mês de fevereiro. “A principal preocupação hoje em dia é compensar os pedidos de aposentadoria para evitar que a escola fique cada vez mais esvaziada”, explica a coordenadora.
Outra questão que preocupa professores, funcionários e pais de aluno é a intenção do Governo Federal de passar para as prefeituras o controle sobre as Escolas de Educação Básica das universidades federais do país. Segundo Herbênia Tavares, esse risco já não existe mais. “Diante da luta das unidades e das próprias reitorias, eles recuaram. Agora, cabe a cada universidade a decisão de passar ou não o controle das escolas para os governos municipais”, explica. De acordo com ela, a reitora Margareth Diniz já se comprometeu a manter a EEBAS sob o comando da da UFPB.
Entretanto, segundo o presidente da ADUFPB, Jaldes Reis de Meneses, o Ministério da Educação não recuou. “Não é bem assim. Na verdade, em função da autonomia, qualquer universidade pode manter uma Escola de Educação Básica. A verdadeira questão é que ela pode ser asfixiada de cima para baixa em virtude de não haver política nacional de fomento a Escolas Básicas ou Colégios de Aplicação na Universidades Federais”, alerta.
Fonte: Ascom ADUFPB