MANIFESTO
FIM DO GOVERNO BOLSONARO
O mundo, neste momento, é atravessado por uma das mais intensas crises da reprodução ampliada do capital. Há quem a considere de profundidade maior do que a que provocou a quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 1929.
A presente crise tem como fator de seu recrudescimento – mas não como sua causa – a pandemia da covid-19, que a ela se incorporou, tanto do ponto de vista cronológico, quanto do ponto de vista dos danos acarretados, sobretudo contra os menos favorecidos. Importante mencionar que, na perspectiva dos interesses da representação social planetária do capital, são indispensáveis a elaboração e o acionamento de mecanismos que assegurem que essa crise seja paga, integralmente, pelos trabalhadores.
Nesse contexto, a situação brasileira é singularmente grave. Por um lado, enquanto em muitos outros países já podem ser visualizados sinais significativos do arrefecimento da crise sanitária, no Brasil, por força das ações perversas efetivadas, nos campos material e simbólico, pelo Governo Bolsonaro, em sua lida com a pandemia, vemo-nos em uma espiral crescente e descontrolada de aumento do número de adoecimentos e mortes pelo coronavírus, o que coloca no horizonte, com possibilidades reais de concretização, a falência do sistema de saúde de nosso país.
Por outro lado, o tratamento dado à dimensão econômica da conjuntura nacional pelo governo tem deixado evidente a intenção de penalizar impiedosamente os trabalhadores – neles incluídos, com destaque, os servidores públicos das três esferas de governo. Dentre os ataques desferidos contra a classe trabalhadora, a flexibilização /informalização /precarização do trabalho, o congelamento /arrocho salarial, a supressão de direitos trabalhistas conquistados em árduas lutas ao longo dos anos, associados a um incisivo plano de desmonte das políticas sociais, como Saúde e Educação, são claramente perceptíveis como eixos que orientam a política econômica de Bolsonaro-Guedes-Lira-Pacheco.
E tudo isso acompanhado por uma atuação escancarada e intencionalmente nefasta nos campos da ética e do respeito à dignidade humana. O governo Bolsonaro desqualifica e sabota a responsabilidade do Estado com a totalidade da população, a um matiz dolosamente oportunista, de defesa de interesses pessoais escusos, e exibindo, sem véu de subterfúgio, seu pendor necropolítico.
O confronto urgente e necessário com um contexto assim adverso – cujas perspectivas, caso não se concretizem mudanças de rumo, são dramáticas – exige de nós, sobretudo, coragem. Coragem e disposição de luta, para que sejamos capazes de fazer frente ao que estão tentando nos impor como possibilidade única do que virá. Coragem e disposição de luta, para construirmos- solidariamente, ombro a ombro, irmanados- outras possibilidades de futuros que possam tornar nosso horizonte de expectativas menos sombrio. Coragem e disposição de luta, para que possamos vislumbrar caminhos mais luminosos a serem trilhados no porvir de todos e todas nós, trabalhadores e trabalhadoras.
Cientes das responsabilidades inerentes à Diretoria Executiva de uma entidade sindical como a nossa, historicamente reconhecida por sua combatividade, não poderíamos nos furtar de apresentar este MANIFESTO, cujo sentido maior é o de ser uma CONVOCAÇÃO, aos sindicalizados e aos demais integrantes da categoria docente da UFPB, para a preparação e a realização de ações necessárias a essa luta de resistência pelo Fim do Governo Bolsonaro. Faz-se premente a reversão dessa expectativa tão obscura e assustadora que querem nos impor como inescapável.
Será necessário, uma vez mais, atuarmos coletivamente, de forma organizada. Para tanto, estamos definindo, inicialmente, um Calendário de Mobilização que prevê uma Reunião do Conselho de Representantes em 12 de março de 2021, às 14h, e, na sequência, a realização de nossa Assembleia Geral, no dia 16 de março de 2021, às 14h, para discussão e encaminhamentos das questões aqui apresentadas.
Companheiras e companheiros docentes, participem!
Quem tem Sindicato nunca está só!
Diretoria Executiva
ADUFPB – Seção Sindical do ANDES-SN