Jonas Duarte
O Movimento Docente nessa greve tem uma oportunidade histórica. A de corrigir definitivamente as absurdas discrepâncias salariais e de nossa carreira e avançar nas conquistas para a categoria e para a educação superior no Brasil. Por várias razões o atual movimento grevista se caracteriza como o mais forte de nossa história. Uma greve surgida das bases. Mais de um movimento espontâneo do que mesmo da construção de direções sindicais. Estas ainda tateando em busca de serem legítimas dirigentes docentes ou em debates em que o teórico supera a dinâmica objetiva das lutas concretas.
Independente das direções, o Movimento Docente tem dado uma demonstração de maturidade e força nessa greve.
É importante Salientarmos que os métodos de elucidação das nossas propostas e das razões da greve com a firmeza e o compromisso demonstrado com a categoria e com a educação superior evidenciados pelo ANDES tem se mostrado firme e conquistado a confiança dos docentes de todo país.
A greve docente tem características próprias, com forte paradeiro, mas com mobilizações menores. O silêncio das universidades e a pouca participação nas atividades de ruas não significam imobilismo. Movimento Docente tem essas particularidades, estranha aos que imaginam grandes e arrasadoras passeatas, protestos, etc. O aparente silêncio não significa que não estejamos mobilizados e dispostos a lutar até as últimas conseqüências pelos nossos direitos e ampliar este horizonte por uma educação superior melhor qualificada em nosso pais.
Nesse contexto diante da proposta oficial, a reposta da categoria ao governo deve ser bem precisa. Deve conter alguns elementos esclarecedores ao governo e a sociedade.
1 – Que estamos fortes, unidos e conscientes da nossa força e da coerência de nossas reivindicações;
2 – Que estamos nessa luta particular por melhoria salarial e de condições de trabalho, também lutando por uma melhor educação para o país e nessa perspectiva, por uma novo padrão de desenvolvimento, socialmente inclusivo e economicamente autônomo.
3 – Que neste momento quem tem de recuar é o governo em seus propósitos de criar ilusões, oferecendo à categoria migalhas, enquanto reafirma seus compromissos com o grande capital especulativo.
Nossa greve é em defesa de melhores salários, de uma carreira concernente com o papel do docente na sociedade brasileira. É greve que dignifica a categoria por defendermos a educação de qualidade. Por defendermos o Brasil.
A greve deve continuar. Deve ser fortalecida e devemos manter a unidade. Aos divisionistas que querem enfraquecer o movimento, as bases, através de suas assembléias, devem repudiar veemente.
Força companheirada. À Vitória.