Em setembro, o governo central (Banco Central, Tesouro Nacional e Previdência Social), apresentou superávit primário de R$ 1,3 bilhão. O resultado é decorrente de receitas primárias de R$ 70,4 bilhões e despesas de R$ 69,2 bilhões. A mídia ressaltou o fato de que o governo não conseguirá cumprir a meta de superávit primário, auto-imposta pelo Ministério da Fazenda. O que os veículos de comunicação não destacaram é que o arrocho salarial sobre os servidores é um dos grandes responsáveis pelo superávit apresentado até agora. O qual, aliás, ainda é considerado pouco pelo mercado.
Ao comentar os números de setembro, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, destacou que houve uma redução de 3,2% dos gastos de pessoal e o crescimento de 15,6% das despesas de capital (investimento).
As informações também confirmam outro levantamento, disponível no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), de que nunca o governo central investiu tão pouco na remuneração de seus servidores (veja gráfico ampliado aqui).
De acordo com o Siafi, a previsão para 2012 é de que o governo destine 30,34% da Receita Corrente Líquida para o pagamento de pessoal, o que corresponde a 4,48% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2002, último ano do governo FHC, os investimentos em pessoal correspondia a 37,16% da RCCL e a 5,08% do PIB.
“Por qualquer ângulo que se veja, é perceptível o arrocho no salário dos servidores. Sendo esta a principal razão que levou a categoria à greve este ano”, avalia o 1º vice-presidente do ANDES-SN, Luiz Henrique Schuch.
A meta do governo para este ano é alcançar um superávit primário de R$ 139,8 bilhões (3,1% do PIB), que é usado no pagamento do serviço da dívida mobiliária.
Fonte: ANDES-SN