Os professores da UFPB voltaram a aprovar nesta quarta-feira (12/8) a continuidade da greve iniciada no dia 28 de maio. No total, 188 docentes assinaram a lista de presença nos campi de João Pessoa, Bananeiras e Areia. Desses, 141 aprovaram a manutenção do movimento e quatro foram contrários. Houve, ainda, quatro abstenções.
Em João Pessoa, a assembleia contou com 135 presentes e a greve foi aprovada por 101 votos a quatro (foram registradas quatro abstenções). Em Bananeiras, 31 professores assinaram a lista de presença e 18 votaram pela continuidade do movimento. Não houve votos contrários ou abstenções. Em Areia, os 22 professores presentes foram unânimes em aprovar a manutenção da greve.
A próxima assembleia será realizada no dia 19 de agosto, quarta-feira. Durante os encaminhamentos, os docentes aprovaram também o texto da pauta emergencial elaborada pelo Andes-SN com o objetivo de pressionar o Governo a negociar com os professores. O documento busca fazer um resumo conciso das reivindicações mais urgentes da categoria e destaca cinco tópicos: defesa do caráter público da universidade, condições de trabalho, garantia de autonomia, reestruturação da carreira e valorização dos ativos e aposentados.
Na assembleia realizada em João Pessoa, o professor Eduardo Guimarães, que representou a UFPB na Comando Nacional de Greve do Andes-SN durante a semana passada, explicou que a expectativa das entidades de servidores federais é de que o Ministério do Planejamento apresente alguma proposta até a próxima segunda-feira, dia 17 de agosto.
Não há, ainda, qualquer reunião oficialmente agendada, mas, em comunicado à Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos das Instituições de Ensino Superior), o MPOG sinalizou que daria alguma resposta aos servidores até essa data.
De acordo com Sitcovsky, a reitora se comprometeu a apresentar na próxima segunda-feira (17/8) um documento com respostas a cada um dos pontos listados pelos professores. Essas respostas serão analisadas pela categoria, com o objetivo de avaliar se elas atendem às reivindicações. No dia 25 de agosto, será realizada uma terceira reunião, com a presença do pró-reitor de Gestão de Pessoas, Francisco Ramalho, para se tentar avançar na busca por soluções aos pontos que não foram atendidos.O professor Marcelo Sitcovsky, coordenador do Comando Local de Greve dos professores, deu informes sobre a reunião realizada na terça-feira (11/8) com a reitora Margareth Diniz para tratar da pauta local de reivindicações, entregue pelos docentes no dia 29 de julho. A audiência também contou com a presença de representantes dos servidores técnicos-administrativos (que também entregaram uma pauta específica) e dos estudantes.
Agenda Brasil
O presidente da ADUFPB, Jaldes Meneses, fez uma crítica veemente ao pacote de medidas apresentado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, à presidente Dilma Rousseff, segu nda-feira, que vem sendo denominado de “Agenda Brasil”: “A Agenda Brasil, nada tem de brasileira. Na verdade, é um aprofundamento radical do Ajuste Fiscal em curso. Caso seja levado adiante, em definitivo, teremos uma derrota histórica dos trabalhadores brasileiros. Quanto aos serviços públicos e às terceirizacões, seria a privatização. É muito grave e o tema do combate a tal agenda, de imediato, deve ser incorporado à pauta política da greve”.
Novas adesões
Para o professor Tiago Bernardon, integrante do Comando Local de Greve, a Agenda Brasil é um “ataque aos trabalhadores brasileiros”. Ele afirma que o quadro atual do movimento é de ampliação da greve. “As universidades do Ceará e do Piauí, por exemplo, aprovaram indicativo e devem aderir ao movimento”, disse.
As últimas adesões à greve dos docentes foram nas universidades federais de Juiz de Fora, do Rio de Janeiro e do Paraná, e dos institutos federais do Sudeste de Minas Gerais e da Paraíba. Agora, 46 sessões sindicais do Andes estão em greve.
Ele lembrou que os cortes impostos pelo Governo Federal como medidas para reduzir o impacto da crise – como a redução de 75% das verbas para a pós-graduação – já estão trazendo impactos negativos para os serviços públicos.
Atividade
O professor Tiago Bernardon convidou os professores a participarem, nesta quinta-feira (13/8) de um ato contra o título conferido pela Câmara Municipal de Sapé ao deputado Jair Bolsonaro. Para o evento, sairá um ônibus do estacionamento do CCHLA, no campus I da UFPB, às 6h30.
Bananeiras
Areia
Fonte: Ascom ADUFPB