Em assembleia realizada nesta quarta-feira, nos campi de João Pessoa e Bananeiras, os professores da UFPB aprovaram a continuidade da greve da categoria, iniciada no dia 28 de maio. Dos 130 docentes que participaram das duas reuniões, 87 votaram em favor da manutenção do movimento e nenhum foi contrário. Houve, ainda, uma abstenção.
Em João Pessoa, 104 professores assinaram a lista de presença e 61 votaram pela continuidade da greve. Já em Bananeiras, foram 26 professores e a manutenção do movimento grevista foi aprovada por unanimidade.
As assembleias também aprovaram o texto de um documento elaborado pelo Comando Local de Greve a ser apresentado ao Consepe (Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão) durante reunião extraordinária que acontecerá às 9h desta quinta-feira (16/7), na reitoria.
Nele, o CLG pede a suspensão imediata do calendário da UFPB, retroativo ao início da greve. Além disso, o texto pede que o Consepe se posicione contrário a todos os cortes que vêm ocorrendo nas verbas para ensino, pesquisa e extensão em todas as instituições federais de ensino. Veja o texto completo abaixo.
Outras deliberações aprovadas na assembleia de João Pessoa foram: solicitar ao Andes o encaminhamento de todas as contrapropostas elaboradas pelas seções sindicais do país para apreciação da categoria e socializar a informação por meio de comunicado do CNG; participação dos Comando Local de Greve na Caravana a Brasília, que será realizada dia 22 de julho; o nome do professor Arturo Gouveia como novo delegado da UFPB no Comando Nacional, e próxima assembleia no dia 24 de julho (sexta-feira).
Já em Bananeiras, os docentes votaram e aprovaram por unanimidade a proposta de elaboração de um documento aos parlamentares da Paraíba, para que o Comando de Greve leve até a esfera nacional e seja exposto no Congresso.
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* Documento a ser apresentado ao Consepe em reunião extraordinária na quinta-feira:
A GREVE DOS DOCENTES DA UFPB E SEUS
DESDOBRAMENTOS DE CUNHO ACADÊMICO
Os docentes da UFPB, em histórica assembleia geral que contou com mais de 700 participantes, realizada nos dias 26 e 27 de maio, iniciaram, a partir de 28 de maio, uma greve por tempo indeterminado, que tem como pauta uma campanha salarial, em conjunto os demais servidores públicos federais do Poder Executivo, e questões de caráter mais específico, predominantemente relativas a benefícios, verbas, carreira e condições de trabalho, consolidados em eixos no 34º Congresso do ANDES-SN.
Em sua reunião de 30 de junho, o Conselho Universitário da UFPB deliberou por posicionar-se favoravelmente ao movimento dos professores encaminhando esta sua percepção ao MEC e conclamando as partes à construção de um processo efetivo de negociação.
O fato de o órgão máximo definidor das políticas de nossa Universidade ter assumido tal postura, a nosso ver, implica, no âmbito institucional, a deflagração de um conjunto de medidas que expressem, no escopo de cada uma delas, a incorporação da decisão do CONSUNI pela UFPB.
É claro que, no caso do CONSEPE, as referidas medidas terão como missão adicional articular aos propósitos anteriormente caracterizados a sua leitura das recentes medidas, extremamente danosas à UFPB, do ponto de vista acadêmico, tomadas pelo governo da dita Pátria Educadora. A título de ilustração, consideramos necessário relembrar os cortes infligidos ao MEC pelo ajuste fiscal, atingindo diretamente as IFES, e mais especificamente a brutal redução prevista no orçamento da CAPES.
Mais ainda, nas mãos do CONSEPE, neste exato momento, está colocada a responsabilidade de assegurar, no pós-greve, uma normalidade institucional – tranquilidade, na verdade, seria um termo também adequado. Isto permitirá, dentro dos difíceis limites já identificados e a partir do tratamento dado pela Instituição ao período de duração da greve, otimizar as possibilidades de uma convivência tão harmoniosa quanto possível, dos segmentos integrantes da comunidade universitária e do fluxo do debate das questões político-acadêmicos verdadeiramente relevantes pela UFPB. E, desse modo, evitar o tratamento de questões menos significativas, mas que se tornariam incontornáveis, caso as diretrizes emanadas pelo CONSEPE fossem inadequadas e agudizassem alguns atritos que, diga-se de passagem, já se fazem presentes no cenário institucional.
Com esses aspectos em mente, os docentes reunidos em Assembleia Geral no dia 15 de julho de 2015 vem reivindicar desse CONSEPE:
– Suspensão imediata do Calendário retroativa a 28/5/15;
– Posicionamento contrário aos diversos cortes impostos sob o “guarda-chuva” do ajuste fiscal que atinjam de algum modo a UFPB, explicitando à comunidade universitária as implicações dos cortes nas atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão desenvolvidas pela nossa IFES.
Fonte: Ascom ADUFPB