Não são apenas os docentes e servidores técnico-administrativos em educação que estão mobilizados para defender a educação federal. Estudantes de todo o país têm se somado às lutas e manifestações, e também construindo suas próprias mobilizações, com reivindicações próprias da categoria. Em diversas instituições, os estudantes também deflagraram greve, e, em outras, ocupam as reitorias.
Durante essa semana, duas universidades viram o início de greves estudantis. Na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e na Universidade Federal do Ceará (UFC), gigantescas assembleias com a presença de mais de mil pessoas aprovaram a greve estudantil, que se soma às greves de docentes e servidores, aumentando a mobilização em torno da pauta da educação pública, gratuita e qualidade. Entre as reivindicações estudantis específicas, estão questões como estrutura, pagamento de bolsas em dia, e a crítica aos cortes orçamentários por conta do Ajuste Fiscal.
Os estudantes também estão em greve na Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal da Bahia (Ufba) e no campus Araguaia da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).
Estudantes ocupam UFF de Volta Redonda há mais de dois meses
Um grupo de estudantes do campus Aterrado da Universidade Federal Fluminense (UFF), localizado na cidade de Volta Redonda (RJ), ocupa a instituição desde o dia 8 de junho como forma de organização da greve estudantil, que teve início dia 28 de maio, em conjunto com docentes e técnico-administrativos em educação.
Organizada pelo Comando Local de Greve Estudantil da UFF Aterrado, a ocupação tem possibilitado a realização de debates, aulas públicas e manifestações políticas dentro e fora da universidade. O Comando de Greve ressalta que essa é a primeira grande mobilização política estudantil nos seis anos de existência do campus Aterrado.
“Aqui na UFF Aterrado estamos nos posicionando contra todas essas medidas de cortes e reajustes, bem como defendemos as nossas pautas locais – que se referem à criação de estruturas mínimas de permanência como bandejão, moradia, expansão das bolsas de auxilio estudantil, de iniciações científicas, de projetos de pesquisa e extensão, o uso do espaço público da faculdade, etc”, afirma, em entrevista, o Comando de Greve Estudantil.
Estudantes ocupam UFSC em Curitibanos
Estudantes do campus Curitibanos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), localizado no oeste do estado, também ocuparam a reitoria instituição, na segunda-feira (17). Os estudantes são dos cursos de medicina veterinária, agronomia e engenharia florestal, e reclamam da falta de salas de aula, de professores e de material para disciplinas como diagnóstico por imagem e técnica cirúrgica.
Reitorias de Ufpel e Ufal ocupadas
Estudantes de terapia ocupacional da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) ocuparam a reitoria da instituição na quarta-feira (19). Embora o curso venha enfrentando diversos problemas, a principal motivação deste ato foi a falta de professores: são apenas sete para 120 alunos. A reitoria se nega a negociar enquanto a ocupação for mantida.
Já na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), bolsistas ocupam a reitoria há sete dias. Inicialmente, eles realizavam um protesto contra o atraso no pagamento das bolsas e contra os cortes orçamentários da educação. No entanto, diante da recusa da reitoria em receber todos os estudantes para uma reunião, eles decidiram ocupar a administração da universidade.
*Com informações de Adufpel-SSind. Imagens de Adufpel-SSind e Grazi Oliveira
Fonte: ANDES-SN