RADEGUNDIS
Murilo Bemardo
Seu trombone calou para sempre,
Seu metal não brilha mais.
Os lábios mágicos que o sopravam,
As mãos malabaristas que o manejavam,
Em maravilhoso ritmo e harmonia,
De repente,
De forma dolorosa, viraram cinzas.
Seus solos, agora, levados pelo vento
Da saudade e agonia,
Fazem dueto com as águas do rio Piancó,
, Que parecem rezar como um monastério,
Pelo desaparecimento de tão expressivo filho,
De tão fantástico músico.
Se fez pássaro musical.
Voou países e continentes;
E nenhum viveiro dourado
Onde se exibiu, conseguiu prendê-lo.
Pois, a Paraíba, Itaporanga, a UFPB
E seu trombone, faziam parte de seu ser,
Como sua vida e sua sombra.
Somente, hoje, separados,
Pela dor de sua morte prematura.
Bravo! =~~