Aumenta a cada dia o número de apoios recebidos pelos docentes das instituições federais em greve. Nesta semana, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) encaminhou uma nota de irrestrito apoio à paralisação dos docentes das federais “por entender como legítima a luta por melhores condições de trabalho e pela qualidade social da educação na universidade brasileira.”
O texto da CNTE também afirma esperar que o Ministério do Planejamento juntamente com o Ministério da Educação “abram canal de negociação e atenda às demandas apresentadas, reconhecendo o direito dos docentes de negociar as suas condições de trabalho e perspectivas de carreira para o bom funcionamento da educação superior e consequentemente qualidade na educação como um todo.”
Nesta quarta-feira (30), o Comando Nacional de Greve (CNG) recebeu mensagem da diretoria executiva do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região em que eles prestam solidariedade ao movimento grevista.
A moção critica o fato de o governo Dilma ter cortado R$ 5 bilhões do orçamento da educação nos últimos dois anos, o fato de o Plano Nacional de Educação (PNE), em votação no Congresso Nacional, prever pouco mais 7% do PIB para a educação e o processo de expansão das instituições federais, que não veio acompanhada dos recursos necessários.
O resultado dessa expansão, segundo a nota, foi a “falta de assistência estudantil (bolsas, restaurantes universitários, moradias e creches universitárias), professores efetivos, estrutura física, novos prédios e seguranças nos campi”.
Em assembleia realizada segunda-feira (28), os docentes da Universidade de São Paulo também aprovaram uma moção de apoio à greve nas instituições federais de ensino. “A luta ora desenvolvida pelo ANDES-SN diz respeito à defesa da educação superior pública de qualidade no país e das condições de trabalho e remuneração dos docentes, que ao lado dos funcionários técnico-administrativos e dos estudantes constituem o maior patrimônio das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), sem o qual não seria possível desenvolver dignamente as atividades essenciais de ensino, pesquisa e extensão”, afirma a moção.
Na Universidade Federal da Paraíba, o Conselho Universitário aprovou esta semana moção de apoio ao movimento grevista dos professores e manifestou “integral concórdia com a pauta de reivindicações da greve, especialmente a necessidade urgente de re-estruturação da carreira”. O Conselho também deliberou por suspender a consulta eleitora, em segundo turno, para a escolha de reitor da UFPB.
Outro Conselho Universitário que aprovou uma moção de apoio à greve foi o da Universidade Federal do Amazonas, que considerou justa a pauta de reivindicações dos docentes “em defesa de melhores condições de trabalho, valorização da carreira docente e do caráter público, gratuito e de qualidade das universidades públicas”. O Conselho também reconhece que a greve é um direito de todo servidor público, independentemente de sua condição contratual e “repudia qualquer forma de retaliação contra discentes, técnico-administrativos em educação e docentes em greve”. Nessa reunião do Consuni fo aprovada a suspensão do calendário acadêmico.
Os técnicos-administrativos da Universidade Federal de Juiz de Fora, que estão na iminência de também paralisarem suas atividades, também aprovaram moção de apoio à greve dos docentes. Eles acusam o governo de descaso com os servidores públicos e de não atender as principais reivindicações dos professores das universidades federais, como a re-estruturação da carreira.
O Diretório Central Acadêmico (DCE) e os centros acadêmicos dos cursos de biologia, história, letras e geografia aprovaram uma moção de apoio à greve dos docentes e marcaram para esta quarta-feira (30) uma manifestação em prol dos docentes. “Somente com uma greve forte que ganhe a opinião da comunidade universitária e que tenha expressão na sociedade é que teremos vitórias concretas, por isso é importante a participação em conjunto”, defende a nota. O texto também argumenta que a “melhoria da educação superior no Brasil passa por investimentos e pela valorização dos profissionais”.
Mesmo nas instituições federais que não estão em greve, como na Universidade Federal do Ceará (UFC), a comunidade acadêmica está aprovando moções de apoio à greve. Na última segunda-feira (28), o Conselho Departamental da Faculdade de Educação da UFC, em reunião ordinária, declarou seu apoio ao movimento grevista “reconhecendo a legitimidade e a justeza de suas reivindicações de reestruturação da carreira, recomposição dos salários e melhoria das condições de trabalho.”
Fonte: ANDES-SN