Em reunião na quarta-feira (14), os servidores públicos federais (SPF) apresentaram ao secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, o índice de 22,8% para a recomposição salarial emergencial e linear para o funcionalismo público federal.
A variação da inflação, com base no índice do INPC/IBGE, entre maio de 2010 e fevereiro de 2012, somado ao percentual do Produto Interno Bruto de 2010 e 2011, é o que exigem do governo para repor a perda imposta aos servidores nos últimos dois anos. Além disso, o Fórum das Entidades Nacionais dos SPF disse ainda que espera negociar com o governo uma campanha salarial, com fixação de data base para o reajuste nas carreiras federais.
Mendonça se mostrou reticente em discutir qualquer proposta de reajuste salarial unificado para 2012, e disse que o governo tem priorizado corrigir distorções entre as carreiras do funcionalismo. O novo responsável pela SRT/MP usou o mesmo discurso de seu antecessor ao dizer que seria necessário avaliar o impacto financeiro, e que no momento era difícil falar de índices. Ele reafirmou que o governo trabalha com o prazo de 31 de agosto, data limite para enviar ao Congresso a proposta orçamentária para 2013.
O secretário declarou ainda que acha difícil atender ao prazo estipulado pelas entidades de apresentar na mesa um índice de recomposição inflacionária, mais a correção das distorções nas carreiras até abril.
“A percepção é que, entra secretário sai secretário, o governo não altera nada no trato das relações sindicais e negociação com as entidades. Sérgio Mendonça repete a mesma política que vem sendo aplicada ao funcionalismo público nos últimos nove anos. E diferente de Duvanier, ele assume que o governo Dilma é como se fosse o terceiro mandato de Lula”, avaliou Josevaldo Cunha, 1º vice-presidente da Regional Nordeste 2 e representante do ANDES-SN na reunião.
Para Cunha, existem duas possibilidades de desenvolvimento para a atual campanha dos servidores federais. “Ou o Fórum de Entidades Nacionais dos SPF intensifica o processo de mobilização no conjunto da base de todas as entidades e com alternativas de fortalecimento da luta e enfrentamento ao governo, indo às ruas buscar seus direitos, ou a frustração de 2011 pode se repetir: zero de reajuste linear e migalhas a título de correção das distorções, o que na verdade acaba por ampliar as diferenças nas tabelas do serviço público federal”, pondera.
O Fórum das entidades dos servidores públicos volta a se reunir nesta quinta-feira (15) com o secretário do Planejamento para tratar especificamente do reajuste de benefícios e dos Projetos de Lei que estão em andamento no Congresso, que dizem respeito aos SPF.