Morreu por volta das 17h40 desta quinta-feira (21), em João Pessoa, o artista plástico e ativista cultural paraibano Hermano José. Ele tinha 92 anos e estava internado no Hospital Samaritano, no bairro da Torre e de acordo com a unidade de saúde apresentava problemas de pressão e comprometimento renal.
O velório do artista acontece na central de velórios e crematório Caminhos da Paz, das 8h às 16h, em Cabedelo, na Região Metropolitana de João Pessoa. Nascido na região do Brejo da Paraíba, no ano da Semana de Arte Moderna, o paraibano completou nove décadas de vida dedicadas à arte no dia 15 de julho de 2012. Hermano nasceu em Serraria, morou durante os primeiros anos da infância em Caiçara e se mudou para João Pessoa aos 11 anos. Sua paixão à primeira vista foi a barreira do Cabo Branco. Por isso, ele não parou de pintá-la até 1956, quando se mudou para o Rio de Janeiro, onde viveu por 20 anos.
No Rio, ele acolheu artistas pupilos que carregam seus ensinamentos, a exemplo dos conterrâneos Miguel dos Santos e Flavio Tavares. Viu o Museu de Arte Moderna (MAM) nascendo, em 1948, e se envolveu em um novo ofício: as gravuras em metal, por meio do qual conquistou o mundo. Uma dessas obras faz parte do acervo do Museu Metropolitano de Nova York, nos Estados Unidos.
Na sua trajetória, Hermano José representou as alamedas do Centro Histórico, o vesúvio das depressões naturais, o bucolismo dos engenhos, a mágica circense, entre tantos outros elementos. Militante da preservação ecológica do Cabo Branco, Hermano temia que os lugares explorados turisticamente, como a Praia do Jacaré, perdessem suas características naturais ao longo do tempo.
Ao retornar à Paraíba, pôde registrar por meio da arte as mudanças das paisagens do estado. Foi assessor cultural do governador Ivan Bichara Sobreira; trabalhou no Espaço Cultural José Lins do Rego como professor de desenho, sendo responsável pela primeira exposição de artistas locais; participou do conselho do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba – IPHAEP; atuou no Departamento Cultural da Prefeitura de João Pessoa e foi o responsável pela implantação do projeto cênico da Paixão de Cristo na cidade.
Dentre as homenagens ganhas em vida, recebeu, em 2002, o título de Honra ao Mérito do Conselho Estadual de Cultura e, em 2003, foi homenageado com a instalação da Sala Hermano José no Núcleo de Arte, Cultura e Eventos do Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba – Cefet (hoje Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – IFPB).
Fonte: G1-PB e Portal Correio