Dia 01 de abril não será marcado pelo dia da mentira, mas a data que as mulheres da Universidade Federal da Paraíba vão mostrar a verdade de uma realidade crua e silenciada: a violência e machismo presentes no cotidiano de alunas, professoras, técnicas-administrativas e técnicas terceirizadas da instituição. O seminário “Mulheres e Universidade: por uma política institucional de combate às opressões” será realizado no auditório 412, do CCHLA, em João Pessoa, das 8 as 13h, e pretende reunir centenas de experiências individuais e coletivas com objetivo de gerar uma carta proposta de política de gênero para UFPB.
A articulação de mulheres da UFPB é auto-organizada por várias mulheres de segmentos e atuação diferentes, em todos os campi da Universidade. “A ideia partiu de uma organização para o 8 de março e ganhou abrangência muito maior, já que as demandas sobre esta realidade é muito grande e pouco se tem feito ou falado sobre isso”, explica Nívia Pereira, professora de Serviço Social.
O evento contará uma programação que inclui mesa redonda sobre a conjunta atual da mulher no Brasil; a realidade das mulheres nas universidades e em especial, na UFPB e, a importância da auto-organização entre elas. De acordo com a professora Margarete Almeida, que coordena o projeto “Um grito por elas: mulheres da UFPB contra a violência”, onde recebe denúncias anônimas por uma plataforma online, estas são as mais variadas possíveis, “vão desde a violência física até violência moral, quando se diz por exemplo, que uma aluna não tem condições de cursar certa área de conhecimento por ser mulher ou desqualificar uma docente em cargo administrativo superior, ou mesmo, abusar de uma técnica com assédios sexuais, exemplos é que não faltam”, acrescenta.
O seminário contará com seis grupos de trabalhos, que vão desde os temas da violência, falta de assistência estudantil, mulheres em cargos de poder, até as questões específicas como mulheres negras, indígenas, trans, lésbicas, entre outras. “Pretendemos com isso, realizar um documento com as propostas vindas das realidades destas mulheres em toda sua diversidade, seja na atuação na instituição e nas suas subjetividades. Com isso, deveremos realizar ainda em abril, em audiência pública junto à Reitoria da UFPB e exigir comprometimento com essas demandas e mudança efetiva na política da instituição para estas mulheres”, conclui Tatyane Oliveira”, professora do curso de Direito.
O evento é aberto e gratuito para todas as mulheres da UFPB. As inscrições poderão ser feitas antecipadamente através do link: https://goo.gl/forms/WdgcYenyD3HiLs682 ou no local do evento. Maiores informações pela página no Facebook: Mulheres UFPB.
Fonte: Um grito por elas: mulheres da UFPB contra a violência