As eleições para a Diretoria da ADUFPB que estão em curso deveriam ser um momento propício ao debate de questões centrais que envolvem os interesses da categoria docente e os desafios hoje colocados para as universidades públicas, particularmente as federais. Deveria também ser um momento de discussão de políticas e ações sindicais que contribuíssem para fortalecer a entidade, não para propagar acusações levianas à ADUFPB, disseminando informações distorcidas, como se lê na Carta Programa dada a público pela Chapa 2 – Cordel.
As acusações contidas no documento publicizado pela Chapa 2 atingem gerações de professores(as) que se dedicam ao movimento docente, sindicalistas que, nos últimos anos, têm tornado possível o desenvolvimento das mais diversas atividades constitutivas do funcionamento diário da ADUFPB. Nesse sentido, considere-se que o sindicato docente se constitui como o espaço de todos e todas que a ele se filiam, e sua Diretoria, representativa da pluralidade constitutiva da universidade, não se define como um grupo monolítico, homogeneizador de mentalidades e práticas.
O sectarismo é funesto ao movimento docente, que se fortalece e se unifica em torno de ações voltadas aos temas e problemas que dizem respeito, direta ou indiretamente, aos interesses da categoria. Isso não significa que o grupo diretor não tenha uma política clara de enfrentamento às questões que dizem respeito ao sindicato. Mesmo assim, não nos furtamos de levar às assembleias tudo o que precisa ser deliberado coletivamente enquanto política ou prática sindical, a exemplo, do Future-se…etc.
Nos últimos anos a ADUFPB tem protagonizado inúmeras atividades dentro e fora dos muros da UFPB. É inconteste o lugar de destaque ocupado pela ADUFPB nas ações de luta e nos movimentos de resistência ocorridos em nossa cidade e em nosso estado, até mesmo no cenário mais amplo das lutas nacionais.
Tem sido incansável o esforço das últimas gestões no sentido de ampliar o apoio às nossas causas junto a outras centrais sindicais e a movimentos sociais diversos. Mais que isso, a ADUFPB tornou-se referência nesses movimentos e, por isso mesmo, tem recebido relevante apoio de outros sindicatos que se associam à nossa entidade em diversas causas das quais a ADUFPB tem participado incansavelmente, sempre motivada pela defesa da universidade e dos direitos. Não há registro de uma só luta recente em nosso contexto que não tenha ocorrido com a participação ativa do sindicato docente da UFPB.
Por esses e outros motivos, o exame da carta programa do Cordel revela algo lamentável, uma profunda desonestidade intelectual vertida em retórica textual. Nada melhor do que adotar como critério de verdade o cotidiano da entidade, aquilo que vem sendo desenvolvido nas várias atividades realizadas pela ADUFPB. A entidade tem fóruns específicos, como os Grupos de Trabalho – GTs, (Seguridade e assuntos de aposentadoria; Política Educacional; Carreira; Etnia e diversidade entre outros) que se reúnem regularmente e, além de debaterem pautas próprias, oferecem subsídios para a Diretoria Executiva. O Conselho de Representantes da ADUFPB tem buscado de várias formas garantir o cumprimento de suas tarefas, o que é sempre muito desafiador, sobretudo a atribuição regimental dos conselheiros de apreciar as contas das gestões anteriores à luz do regimento e apresentar à assembleia geral sua análise para que essa instância máxima de deliberação da entidade proceda à análise e votação. O que os colegas do Cordel não dizem é que não participam dos GTs da ADUFPB, mas não deixam de criticar severamente o que realizamos. Assim também nos acusam explicitamente de “irregularidades” e de “falta de transparência”, deixando no ar suspeitas no que diz respeito às contas do sindicato.
Aqui se faz urgente e necessário ressaltar que, em todos esses anos, nunca nenhum docente foi proibido de analisar as contas da entidade. Ao contrário, elas estão disponíveis no site da ADUFPB e em sua tesouraria. Resta dizer que jamais o Cordel procurou a entidade para analisar o Livro Caixa e as respectivas comprovações do uso dos recursos da ADUFPB. Levantam suspeitas, querem criar um clima de desconfiança, embora, do ponto de vista prático, jamais tenham denunciado concretamente algo que desabone o tratamento honesto e transparente das contas da ADUFPB. Nos relatórios entregues ao término de cada gestão, material no qual as comissões de análises das contas se debruçam para elaborar seu parecer, estão disponíveis os comprovantes e justificativas das despesas realizadas considerando as respectivas atividades. Irresponsavelmente disseminam o absurdo de que as contas da entidade estão ilegais, argumentando que o Conselho e a Assembleia não poderiam apreciar contas de anos anteriores. Isso é falso e revela, acima de tudo, um profundo desconhecimento sobre a dinâmica e o regimento da entidade, pois lá está escrito que cabe as instâncias citadas a análise das contas, mas sobre hipótese alguma estabelece temporalidade.
Nós, que fazemos a atual gestão da ADUFPB, não podemos consentir que informações distorcidas sejam propagadas com propósitos políticos. Outro exemplo das inverdades presentes na Carta Programa da Chapa 2 é a alegação de que não há transparência na assessoria jurídica. Nesse aspecto, as acusações são igualmente graves e infundadas, pois as últimas gestões têm promovido inúmeras plenárias para tratar dos assuntos jurídicos, pautando ações específicas com os que nelas estão envolvidos diretamente.
A Diretoria da entidade tem, de forma incansável, prezado pela publicidade e transparência de todas as decisões que envolvem as ações jurídicas de nossos filiados, o que pode ser atestado pelas plenárias acima referidas e também pelas várias oportunidades em que, durante as assembleias, as questões jurídicas são tratadas. Aceitamos que o Cordel nos faça oposição aguerrida, mas lamentamos que tente se aproveitar de possíveis insatisfações com os desdobramentos de ações jurídicas – que têm como responsáveis o próprio judiciário com suas complexidades e suas temporalidades próprias, muitas vezes contrárias à urgência com que gostaríamos que fossem resolvidos os pleitos dos professores e professoras da UFPB.
Por esses e outros motivos, dirigimos à Comunidade Acadêmica da UFPB, mais especificamente aos nossos sindicalizados, nosso repúdio à forma como se explicita, na Carta Programa da Chapa 2 – Cordel, uma oposição agressiva e leviana à atual gestão da ADUFPB e à história do nosso sindicato. Aproveitamos e convidamos a todos os que não frequentam a entidade a se aproximarem mais e mais das nossas atividades e a se engajarem nas causas que com esforço e seriedade defendemos.
DIRETORIA EXECUTIVA DA ADUFPB
21 de Novembro de 2019