A Diretoria Executiva da ADUFPB manifesta seu repúdio aos cortes no orçamento das Instituições Federais de Ensino (Ifes) propostos pelo Ministério da Educação (MEC) para o exercício de 2019.
Na prática, esses cortes inviabilizam o funcionamento da UFPB em todos os seus setores, comprometendo o atendimento pleno à população em suas frentes de atuação (pesquisa, ensino e extensão), inclusive no Hospital Universitário e no seu papel fundamental de formação dos discentes.
O corte anunciado para a UFPB, na ordem de R$ 44.742.865,00, torna o funcionamento dessa instituição de ensino superior inviável em seu funcionamento. Essa arbitrária intervenção retira definitivamente 45,5% dos recursos de custeio que permitem o funcionamento cotidiano da universidade. Indo além, foram bloqueados R$ 5.645.537,00 de recursos de capital oriundos de emendas da bancada federal de deputados e senadores, chegando aos 32,75% de corte total do orçamento global.
A própria Reitoria da UFPB informa que tais cortes irão igualmente afetar profundamente o Hospital Veterinário, a Escola Técnica de Saúde e o Colégio Agrícola Vidal de Negreiros do campus III, em Bananeiras. É necessário ressaltar o papel fundamental desta universidade no cenário paraibano e nacional, seja no tocante à excelência do ensino, à boa e necessária prática da pesquisa e à economia local e regional.
Os cortes arbitrários do governo federal também ameaçam a economia de todas as cidades onde há Instituições Federais de Ensino, pois, só na Paraíba, o governo sequestrou R$ 91 milhões, que deixarão de ser pagos a fornecedores de serviços prestados às universidades, prejudicando igualmente as economias locais.
Não há possibilidade de regredirmos em nossa cultura democrática e aceitar sanções econômicas às instituições de ensino superior por qualquer razão apontada pelo governo federal, sobretudo ideológica. As universidades públicas são patrimônio do povo brasileiro e precisam, sim, de mais investimentos, e não de cortes como estes que tornam impossível o funcionamento da instituição.
Sem justificativa plausível, o governo federal, através do MEC e de seu ministro, Abraham Weintraub, colocam em risco o progresso científico e social alcançado pelas Instituições Federais de Ensino, quando, na realidade, seria o momento de fortalecê-las para que contribuam ainda mais com o desenvolvimento socioeconômico do Brasil. As universidades, pelo seu papel e sua produção, são, verdadeiramente, a solução para a nossa atual crise.
Ressaltamos que nestes mais de 40 anos de existência da ADUFPB, todas as vezes que as Universidades sofreram ataques, a entidade e fundamentalmente seus filiados, não abriram mão de denunciar à sociedade e, acima de tudo, estiveram à frente de manifestações e lutas em defesa do ensino público, gratuito e de qualidade.
Essa é nossa missão! E como temos dito em todos os lugares, agora, mais do que nunca, não esperem de nós o silêncio dos covardes. Nosso grito de luta é em defesa da Educação Pública, do SUS e da Previdência Social.
Diretoria Executiva da ADUFPB