A ABRI (Associação Brasileira de Relações Internacionais) repudia de modo veemente as ações do governo federal que tem atacado frontalmente a autonomia das Universidades e Institutos Federais do Brasil.
Casos recentes evidenciam o modo autocrático do atual governo federal, sob a presidência de Jair Bolsonaro. São exemplos a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), a Universidade Federal do Semi-Árido (UFERSA), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Nos Institutos Federais (IFs), 11 dos 25 processos de consulta interna ocorridos até outubro de 2020 não foram respeitados. Evidencia-se, em todas as situações, descaso ao princípio democrático que pautava a eleição dos dirigentes destas instituições de ensino. Candidatos sem legitimidade junto às suas respectivas comunidades universitárias foram nomeados, ao arrepio da vontade de seus pares.
A ABRI considera a autonomia universitária fundamental para a gestão político-institucional e acadêmica. Apesar de existir regulamentação que reserva o direito à Presidência da República de nomear reitores e reitora, a partir das listas tríplices, conforme Lei 9198/95, a autonomia universitária está ancorada no art. 207 da Constituição Federal e necessita de urgente regulamentação pelo Parlamento nacional.
Ecoando a necessidade de manutenção dos princípios democráticos, repelindo instintos destrutivos da legitimidade e reforçando seu apoio à ciência, educação e cultura, a ABRI vocaliza seu apoio à recondução dos mecanismos legítimos de escolha e nomeação do(a)s Reitore(a)s das Universidades e Institutos Federais do Brasil.