SÃO PAULO

BRASÍLIA

haddadO número de alunos matriculados em cursos de graduação no país aumentou 7% no ano passado em relação a 2009. Segundo a edição 2010 do Censo da Educação Superior, divulgado nesta segunda-feira pelo Ministério da Educação, o Brasil atingiu 6,3 milhões de matrículas em 29,5 mil cursos oferecidos por 2.377 instituições.

Considerando toda a última década, de 2001 a 2010, o crescimento no número de matrículas foi de 110%.

“O resultado é positivo e prenuncia o cumprimento das metas estabelecidas para 2010. Houve aumento na matrículas em todo o país e também na qualificação dos docentes, portanto há mais pessoas estudante com mais qualidade”, disse o ministro Fernando Haddad.

“Talvez tenha sido a melhor década de acesso à educação superior, tanto em termos relativos como em absolutos –mas sobretudo em absolutos.”

TABELA

Número de matrículas em cursos de graduação
Ano Total Públicas Privadas %
Total % Federal % Estadual % Municipal %
2001 3.036.113 944.584 31,1 504.797 16,6 360.537 11,9 79.250 2,6 2.091.529 68,9
2002 3.520.627 1.085.977 30,8 543.598 15,4 437.927 12,4 104.452 3 2.434.650 69,2
2003 3.936.933 1.176.174 29,9 583.633 14,8 465.978 11,8 126.563 3,2 2.760.759 70,1
2004 4.223.344 1.214.317 28,8 592.705 14 489.529 11,6 132.083 3,1 3.009.027 71,2
2005 4.567.798 1.246.704 27,3 595.327 13 514.726 11,3 136.651 3 3.321.094 72,7
2006 4.883.852 1.251.365 25,6 607.180 12,4 502.826 10,3 141.359 2,9 3.632.487 74,4
2007 5.250.147 1.335.177 25,4 641.094 12,2 550.089 10,5 143.994 2,7 3.914.970 74,6
2008 5.808.017 1.552.953 26,7 698.319 12 710.175 12,2 144.459 2,5 4.255.064 73,3
2009 5.954.021 1.523.864 25,6 839.397 14,1 566.204 9,5 118.263 2 4.430.157 74,4
2010 6.379.299 1.643.298 25,8 938.656 14,7 601.112 9,4 103.530 1,6 4.736.001 74,2
Fonte: Censo da Educação Superior 2010/MEC

Segundo o ministério, um dos fatores que explicam o crescimento é o aumento da oferta de cursos à distância e tecnológicos –a modalidade à distância representou 15% do total em 2010.

Haddad disse que o ritmo de crescimento do ensino à distância só não foi mais forte porque o MEC controlou a alta. “O EAD [ensino à distância] só não cresce mais em função do MEC. O MEC está ditando o ritmo de crescimento do EAD para não ter o efeito da educação presencial. Não queremos que aconteça com a EAD aquilo que aconteceu nos anos 1990 com a educação presencial –crescer descontrolado e com qualidade inferior”.

O Censo também detectou que o percentual de matrículas das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste aumentou de 2001 para 2010, em contrapartida ao decréscimo da participação das regiões Sudeste e Sul no total.

Os alunos de graduação também estão mais jovens e preferem estudar à noite.

Em 2010, a média de idade dos alunos dos cursos presenciais foi de 26 anos. Já nos cursos a distância, a média é de 33 anos. Entre 2000 e 2010, as matrículas presenciais noturnas passam de 56% para 63% do total. Considerando apenas as instituições privadas, as matrículas noturnas corresponderam a 73% em 2010.

As mulheres são maioria entre os alunos. No ano passado, 57% das matrículas foram feitas por mulheres, índice que sobe para 61% considerando apenas os alunos no último ano do curso.

“Há uma fronteira a ser explorada. Brasileiros entre 30 e 40 anos que querem voltar a estudar, mas nesse momento estamos mais preocupados com a qualidade do que com a questão quantitativa.”

CONCLUINTES

Em relação aos alunos concluintes, o Censo aponta que o crescimento não acompanhou o número de matriculados –ou seja, menos alunos conseguiram terminar os cursos.

Os resultados indicam que praticamente não houve aumento de 2009 para 2010, ano em que foi atingido o número recorde de 973 mil concluintes.

Sobre o ritmo de crescimento menor entre os concluintes, Haddad disse que houve uma mudança de metodologia no ano de 2009, o que superdimensionou os dados naquele ano, e por isso o crescimento verificado entre os dois anos foi menor:

“Peço para desconsiderarem o ano de 2009. Houve uma metodologia que foi introduzida e depois revista.” Segundo o ministério, a metodologia usada em 2009 incluía a categoria “provável formando” para classificar os alunos, o que inflacionou os resultados. A categoria deixou de existir em 2010.

Fonte: Folha.com