Cerca de 130 docentes participaram na tarde desta terça-feira (21/4) da primeira plenária virtual realizada pela ADUFPB. O evento foi considerado um sucesso pela Diretoria Executiva do sindicato e promoveu um rico debate sobre a proposta da Pró-reitoria de Graduação (PRG) de exigir dos docentes planos de atividades a serem executadas em substituição à carga horária de ensino presencial, suspenso em decorrência do isolamento social imposto à comunidade acadêmica no enfrentamento à Covid-19.
A plenária ocorreu com o uso de uma plataforma de videoconferência. Os participantes acessaram a sala por meio um link que foi disponibilizado momentos antes da plenária no Facebook da ADUFPB e pelo Whatsapp.
Foram inúmeras as solicitações de fala por vídeo. Os docentes também puderam interagir por meio do bate-papo de texto, ampliando assim, em muito, a quantidade de depoimentos, análises e propostas apresentados (leia ao final deste texto a íntegra do bate-papo da plenária).
Segundo o diretor de Comunicação da ADUFPB, Cristiano Bonneau, com a reunião desses inúmeros pontos de vista, será possível para o sindicato “inventariar esse universo de posições e continuar seu caminho em defesa dos direitos dos docentes. Esse foi mais um dia fundamental em favor da democracia e contra o autoritarismo, que, de forma, implícita ou clara, reveste nossas instituições em nossos dias”.
Bonneau destaca também que a maioria das falas feitas pelos docentes ao longo da plenária ressaltaram a importância do documento lançado pela Diretoria Executiva da ADUFPB (exposto no Boletim 207, de 17 de abril) no qual o sindicato destaca a excepcionalidade do momento atual, expõe pontos fundamentais não considerados na proposta da PRG e denuncia o fato de ter a mesma sido elaborada sem a participação da comunidade acadêmica.
Outro ponto em destaque na plenária foi o enfoque dado às dificuldades enfrentadas por discentes e docentes no acesso aos sistemas que viabilizariam as atividades a distância. “Nas condições atuais, em pleno acordo com a nossa conjuntura, isso representaria não apenas mais um processo de exclusão de diversos sujeitos implicados, mas um aprofundamento do próprio trabalho docente em todos os seus âmbitos”, explica.
Segundo o diretor de Comunicação da ADUFPB, os presentes questionaram a pressa da reitoria em implementar medidas compensatórias às atividades acadêmicas presenciais, sem os devidos cuidados e a atenção necessária que o momento crítico exige. “A ADUFPB, mesmo diante das dificuldades apresentadas pelo momento, não tem medido esforços para encontrar meios de consultar os docentes e reforçar, ainda mais, a sua história de afirmação dos valores democráticos”, complementou.
Cristiano Bonneau destaca o fato de que a plenária realizada nesta terça-feira contou com a presença dos docentes de todos os campi da UFPB e de todas as secretarias adjuntas do sindicato. “Foi possível constatar as diferenças de realidades entre os distintos Campi, bem como os calendários acadêmicos específicos. Além disso, há áreas de conhecimento e cursos que podem funcionar a distância, mas outros, que necessitam da prática, por exemplo, a saúde e as engenharias experimentam inúmeras dificuldades”, afirmou.
Segundo ele, a UFPB, em sua ânsia por encontrar alternativas, prende-se a questões de ordem burocrática e releva condições atípicas surgidas nesse momento de excepcionalidade “Manter o currículo por uma questão formal passa ao largo das necessidades reais de nossa comunidade acadêmica e da falta de proteção. A universidade não vive apenas de ensino, conforme o artigo 207 da Constituição Federal, mas da pesquisa e da extensão. Não ‘dar’ aula não pode ser traduzido como ‘não trabalhar’”, declara Cristiano Bonneau.
Fonte: Ascom ADUFPB