Marcus Vinicius Rodrigues foi exonerado da presidência do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) na última terça-feira (26). A demissão, assinada pelo ministro da educação Ricardo Vélez Rodríguez, se deu um dia após o cancelamento da avaliação federal de alfabetização. O cancelamento da avaliação foi cancelado.
O Ministério da Educação (MEC) atravessa uma grave crise. Nenhum projeto avança, e há sucessivas demissões e vaivéns na organização do ministério. Ao ser demitido, Marcus Vinícius afirmou que não há comunicação interna no MEC. Vélez Rodríguez disse que não sabia do cancelamento da avaliação da alfabetização. O mesmo foi dito por Tania Leme de Almeida, secretária de educação básica, que pediu demissão na segunda (25).
Um dos protagonistas da crise no MEC é o astrólogo Olavo de Carvalho. Responsável pela indicação de Vélez Rodríguez, o guru do bolsonarismo tem atuado pelo twitter para promover expurgos no ministério. Segundo Olavo, há muita gente dentro do governo que é contra Jair Bolsonaro e contra o país. Até o vice-presidente da república se manifestou. O general Hamilton Mourão, disse que o MEC precisava de um “freio de arrumação”.
Elizabeth Barbosa, 2ª vice-presidente da Regional Rio de Janeiro do ANDES-SN e uma das coordenadoras do Grupo de Trabalho de Política Educacional (GTPE), acredita que o MEC exemplifica como o governo federal está perdido.
“É um ministério que não se concretiza. Quem está lá não tem competência e experiência para atuar. Eles não têm ideia do que significa uma política de educação, o MEC, suas atribuições… Estão batendo cabeça porque quem comanda mostra que não tem competência para estar ali. É um ministério que não avança”, comenta.
Para a diretora do ANDES-SN, há um lado positivo nessa crise, já que os ataques à educação pública acabam sendo deixados, ao menos por hora, de lado. “É um ministério frágil, que mostra como esse governo é frágil. Cheio de pessoas incompetentes em cargos importantes”, completa Elizabeth.
Com informações de Agência Brasil, G1 e Valor Econômico. Imagem de Agência Brasil.
Fonte: Andes-SN