Com a intensificação da greve entre os docentes federais, que completa 21 dias nesta quarta-feira (17) e já tem a adesão de 33 seções sindicais, a Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (Sesu/MEC) agendou para a próxima terça-feira (23), às 14h, em Brasília (DF), uma reunião com o ANDES-SN. Na pauta, está a discussão sobre as reivindicações dos docentes federais, em greve desde 28 de maio por conta da negativa do governo em negociar com a categoria.
Na última reunião entre ANDES-SN e o Ministro da Educação em exercício, Luís Claudio Costa, e com representantes da Sesu/MEC, em 22 de maio, os docentes apresentaram, mais uma vez, a pauta da categoria, que inclui a defesa do caráter público da universidade, melhores condições de trabalho, garantia de autonomia, reestruturação da carreira e valorização salarial de ativos e aposentados. Os representantes do MEC, novamente, não apresentaram respostas, e ainda voltaram atrás em relação ao acordo assinado entre a Sesu/Mec e o Sindicato Nacional em abril de 2014, referente aos conceitos iniciais para reestruturação da carreira.
Paulo Rizzo, presidente do ANDES-SN, ressalta que, como o governo segue sem negociar com os docentes federais, é fundamental a manutenção e o fortalecimento da greve. “Todas as reuniões anteriores não apresentaram propostas e esperamos que o governo responda as nossas reivindicações. Depois dessa reunião, teremos que avaliar se houve avanços ou não, e qual a forma de dar continuidade ao movimento”, afirmou Rizzo.
O presidente do ANDES-SN explicou que a Sesu/MEC tinha ficado responsável por marcar nova reunião, duas semanas após a que foi realizada em 22 de maio. No entanto, como o Sindicato Nacional não foi convocado, enviou ofício cobrando a reunião, que teve como resposta da Sesu, o agendamento para o dia 23 de junho.
A expectativa de Rizzo para a reunião é saber se o MEC dará autorização para que a Sesu/MEC negocie com os docentes federais. “Na reunião que o Sinasefe teve com o ministro da Educação, lhes foi dito que a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) estava autorizada a negociar com o sindicato, mas apenas questões que não trouxessem impactos orçamentários. O que nós vamos saber na reunião com a Sesu é se há autorização ou não de disponibilização de recursos por parte do MEC para responder à nossa pauta”, disse o presidente do ANDES-SN.
Em relação aos cortes orçamentários, que recentemente retiraram R$ 9,4 bilhões da educação, Paulo Rizzo espera que o MEC disponibilize publicamente as informações de quais os programas e investimentos afetados. “Nós já estamos vendo, na prática, os problemas decorrentes dos cortes na educação – em programas como o Parfor, e o corte das bolsas estudantis, por exemplo –, mas vamos cobrar do MEC que torne público exatamente onde são os cortes que afetam a educação brasileira”, alegou Rizzo.
Confira aqui o quadro atualizado da greve
Fonte: ANDES-SN